Facebook

Você é muito importante para nós. "Sejam Bem Vindos"

malvinas-news.blogspot.com.br

malvinas-news.blogspot.com.br
Responsável

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Estado: Travestis na mira do tráfico de pessoas em Fortaleza

MALVINAS NEWS NO AR NOSSO PORTAL DE NOTICIAS
Fonte Diario do Nordeste



Com a chegada dos megaeventos como a Copa do Mundo, cresce a preocupação de gestores e entidades com aumento de casos de aliciamento e outros crimes
Uma triste realidade presente no Ceará, o tráfico de seres humanos faz vítimas, tira a liberdade, machuca a alma, dói e até mata. E com a chegada dos megaeventos como a Copa das Confederação e o Mundial de 2014, um grupo estaria mais vulnerável: o de travestis e transexuais que são traficados por falsas promessas, se prostituem, viram reféns de cafetões. Tudo em troca de colocação de próteses e outras cirurgias de embelezamento.

7 casos de tráfico de seres humanos estão sendo investigados, atualmente, no Estado do Ceará, pela Polícia Federal e monitorados pelo Ministério Público Federal

Hoje, pelo menos sete inquéritos sobre tráfico de pessoas estão sendo investigados pela Polícia Federal e monitorados pelo Ministério Público Federal. Desses, um seria contra homossexual. Mas, conforme gestores e entidades, a subnotificação ainda é imensa; mais expressiva que contra mulheres e crianças. A fim de tentar prevenir aumento dos casos, está disponível para consulta pública (no site www.sejus.ce.gov.br) as minutas do Plano e da Política Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.

Crime
"Todos podem agregar-se à luta contra o crime conhecido com forma moderna de escravidão", diz a coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (NETP) da Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus), Lívia Xerez.

Segundo a gestora, esse crime de tráfico (deslocamento das vítimas através do engano, da coação ou do aproveitamento de sua condição de vulnerabilidade com a intenção de explorá-la no destino final, obtendo benefício financeiro e até sexual) é super invisibilizado. "As travestis não se sentem vítimas, é difícil apurar as demandas. Só temos, no nosso Núcleo, um único caso de tráfico envolvendo esse grupo e já foi resolvido. Mas estamos, sim, preocupados, principalmente com a chegada dos grandes eventos como a Copa das Confederação e a do Mundo", afirma.

Conforme Lívia, a realidade dos homossexuais é mais grave que a exposta na novela ´Salve Jorge´. "Muitos até vão para o exterior sabendo dos riscos, desejando uma vida de glamour, mas quando chegam lá é tudo pior que imaginavam, viram reféns de dívidas, perdem a liberdade e até a vida". Um caso ainda não esclarecido foi a morte, em 2011 na Itália, do travesti cearense Sérgio Rodrigues.

Atualmente, o Comitê Estadual realiza abordagens quinzenais de orientação. "A gente fala para elas não aceitarem propostas fantasiosas de vidas de rainha no exterior. Isso não existe, nada é de graça. O mercado do sexo é perigoso, viagem sem volta muitas vezes", afirma Lívia.

A procuradora da República no Ceará, Nilce Cunha, representará a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão no grupo de trabalho que irá monitorar o 2º Plano Nacional. Para ela, há que se priorizar campanhas e fiscalização. "A pauta dos travestis deve ser mais trabalhada por serem um grupo muito vulnerável. Seria interessante também se pudéssemos ter, por exemplo, um posto avançado no Castelão".

Está disponível para consulta no site www.sejus.ce.gov.br minutas do Plano e da Política Estadual de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas

OPINIÃO DO ESPECIALISTA
Estado se mantém em silêncio
Invisibilizado pelo silêncio do Estado e coberto pelo manto algoz da homofobia ou transfobia, assim vai se costurando uma rede e o fenômeno do tráfico de pessoas de travestis e transexuais.

Dentre as questões de fundo sobre o fato, a construção cultural da sociedade, baseadas no machismo e na heterossexualidade como a única forma de sexualidade legítima e "normal", tudo isso alimentado pelo fundamentalismo religioso - disfarçado de "liberdade de expressão"- propõe a eliminação das pessoas que não estão dentro do "padrão" sócio-religioso.

Pesam também os interesses econômicos de neocoronéis e o projeto de "desenvolvimento" implementados pelos governos nacional, estadual e também municipal.

E assim, o Brasil se tornou no país que mais "exporta", ou melhor, trafica, travestis para o mundo. Eis a tríplice aliança onde é mais importante investir em obras e eventos do que em vidas! E qual é a repercussão disso na sociedade?

O show de horrores desnudados em insultos, humilhação, assédio moral, tráfico, exploração sexual de adolescentes travestis e assassinatos homofóbicos. No Ceará e em Fortaleza (uma das sedes da Copa do Mundo de 2014), presenciamos a precarização das políticas públicas de saúde, assistência, educação, trabalho e de direitos humanos para esse grupo vulnerável.

O exemplo disso é que já se passaram 100 dias do atual governo municipal e nada se sabe sobre a implementação do Plano Municipal para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis (LGBT) (instituído através da Lei Municipal N° 9995/2012), ressalto que neste Plano (elaborado pelo governo e sociedade civil) existem ações voltadas para a cidadania das travestis e transexuais.

Por fim, é necessário entendermos que o fundamental é o investimento em políticas públicas para que haja sim uma "Vida Leve pelo Trilhar", ao invés de um "Veículo Leve sobre os Trilhos", VLT.

Em busca da sua própria existência, é óbvio que muitas das travestis e transexuais vão recorrer outros "sonhos", esse sonhos impostos pela sociedade, pelo estado e pela Copa do Mundo de 2014.

Assim nos resta apenas o silêncio, o silêncio do Estado e a consequência do Tráfico de Pessoas, de travestis e transexuais.

Luanna MarleyAdvogada e integrante da Renap/CE

"Fui refém da cafetina e me prostituí para pagar dívida"
A travesti cearense Bruna (nome fictício) se prostituiu em São Paulo, durante três meses, para pagar dívidas do traslado e implantes 
Foram três meses sem liberdade alguma, refém de uma cafetina, tendo que trabalhar horas a fio, se prostituir o dia todo para pagar o valor de uma passagem área de Fortaleza para São Paulo. Essa foi a triste sina da travesti cearense Bruna (nome fictício), 25. Mas poderia ser novela de tantas outras Marias, Anas...

"Tive a oportunidade de ir para outro Estado, queria botar silicone, ajeitar o corpo, ficar mais linda. Sabia dos riscos sim, temia muito pela minha vida. Sofri um bocado, penei muito, mas dei a volta por cima e consegui voltar para a minha cidade. Muitos nem voltam, logo morrem". Algo entristece ainda mais a vida da jovem, uma cegueira que a deixa ainda mais vulnerável.

Apesar de tudo isso, Bruna não se sente tão vítima assim, sabe que foi aliciada, mas acha tudo muito ´comum´ quando se trata de prostituição. "A minha vida sempre foi sofrida mesmo. Nem estranho mais tanto", diz.

Mas, tudo começou mesmo aos 16 anos quando o menino franzino (sem peito, ainda sem nenhum jeito de mulherão) resolveu tirar um ´trocado´ nas pistas, esquinas e avenidas de Fortaleza, fazendo ponto, ganhando (e perdendo) a vida no duro e também difícil ´Mercado do sexo´. Chega a fazer, hoje, três programadas por noite, custando média de apenas R$30 cada.

Sonhos
Trabalhando nas calçadas da cidade, hoje ela consegue falar com mais naturalidade da sua ´opção´ (ou sina) pela prostituição. "Nem acho tudo tão ruim assim. Eu até me divirto um pouco, mas queria mesmo era sair dessa batalha, quem sabe voltar a estudar", admitiu.

Apesar dessa história, Bruna não abandona algo tão característico seu: o sorriso. "Eu sei que vai aumentar muito o número de gringos aqui em Fortaleza. Quem sabe eu não arrumo um que se case comigo?". Atualmente, ela recebe atendimentos sociais por meio da ONG Barraca da Amizade.

Para Andrea Rossati, titular da Coordenadoria de Diversidade Sexual da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos de Fortaleza, há, sim, uma linha muito tênue diferenciando o que seria, realmente, o crime da escolha.

"Sabemos que muitas travestis vão para o exterior por vontade própria, problema é quando sonho de glamour se transforma em pesadelo. Temos orientado muito para que não aceitem qualquer proposta e saibam denunciar quando estiverem perdendo a liberdade", finaliza Andrea Rossati. O governo federal conta com o Disque 100 de Direitos Humanos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui, seu comentário.

Publicidade

Publicidade

MAPA

MAPA

Arquivo do blog

Siga no Facebook

Calendário

Google +

DEIXE SEU RECADO

Malvinas News Nosso portal de notícias





Programação Completa

Programação Completa
Realização: Associação doa Moradores,COMID, Comissão Administrativa da Capela de Nossa Senhora Aparecida - Apoio: Prefeitura Municipal de Barbalha, paróquia de São Vicente de Paulo, Amigos Virtuais Comunicação Visual e Malvinas News no AR

ESPAÇO PUBLICITÁRIO

COMUNICADO

LOGO

LOGO

Brasil


Brasil - Graphics, Graficos e Glitters Para Orkut

Confira mais gráficos para Brasil em ScrapsWEB.com.br

ÍOGO

ÍOGO

Postagens populares

Estamos no Twiter

Popular Posts

Google maps