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Política
"Em Maio á Crise"
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Camilo Santana se reuniu com diretores de dez hospitais, entre eles o HGF, para discutir a crise na saúde. O governador teria sido ríspido com os gestores, atribuindo a situação ao mau gerenciamento dos recursos por parte dos gestores (Foto: Divulgação Diário do Nordeste) |
Em meio ao agravamento das carências sofridas pela saúde pública no Estado, o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) abriu um processo licitatório para contratação de empresa com a finalidade de realizar o encontro anual dos médicos da unidade, que acontece de 20 a 22 de maio, pelo valor de R$ 56.597 mil. O pregão eletrônico foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 15 de abril. O governador Camilo Santana, entretanto, afirmou, ontem, que mandou cancelar a licitação.
O fato ganhou destaque, ontem, após ser divulgado pelo telejornal CETV 1ª edição, da TV Verdes Mares. No detalhamento das atribuições, o serviço de bufê seria responsável por fornecer a comida e bebida do evento, o serviço de garçons e lembrancinhas para os convidados, como mochilas e sacolas ecológicas.
Ainda segundo o Diário Oficial, desta vez do dia 30 de abril, a empresa vencedora já havia sido divulgada, com processo homologado no último dia 8 de maio. O governador Camilo Santana garantiu que cancelou a contratação do serviço ainda nesta semana.
"Não se admite, enquanto está faltando medicamentos, se fazer bufê. Então, eu mandei cancelar assim que tomei conhecimento", disse.
A declaração foi dada aos jornalistas que aguardavam o resultado da reunião entre o governador, os diretores dos dez hospitais da rede estadual e o secretário da Saúde interino, Henrique Javi, realizada na tarde de ontem, a portas fechadas, na sede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
O encontro, segundo o governador, foi para ouvir as demandas, avaliar os gargalos e problemas, e discutir as soluções em forma conjunta. Durante a reunião, o governador teria sido ríspido com os diretores, questionando o ponto em que a situação chegou e atribuindo esse agravamento a um mau gerenciamento de recursos por parte dos gestores das unidades.
Camilo Santana declarou estar cuidando pessoalmente das medidas necessárias, já tendo liberado recursos para o restabelecimento dos materiais e medicamentos em falta nas unidades. "Muitos já foram repostos e falta só a entrega por parte dos fornecedores", disse.
Além disso, informou que está em pauta formas para se contratar novos leitos de retaguarda com o objetivo de diminuir as filas nos hospitais e anunciou a criação de um comitê convocando o Tribunal de Justiça, os sindicatos e os setores responsáveis para se construir saídas para a saúde pública do Ceará.
O governador ressaltou, contudo, que a população precisa compreender que a situação da Saúde não é de hoje e não é só do Ceará. Santana falou, ainda, da dificuldade causada pela falta de recursos federais.
"Há oito anos, a cada R$ 1 que o Estado gastava, recebíamos R$ 1 a nível federal. Hoje, a cada R$ 1 real que recebemos do Governo Federal, nós gastamos R$ 4. O Ceará gastou R$ 1,472 bilhão em 2014. Antes mesmo de eu assumir, havia um subfinanciamento da saúde pública brasileira. É um problema que precisa abrir uma discussão nacional, e só vamos conseguir resolver se tivermos mais dinheiro, garantindo que Município, Estado e União, junto com a sociedade médica, possa construir de forma sincera uma melhoria da qualidade do atendimento, esse é o meu compromisso", disse.
Nova reunião
O Conselho Estadual de Saúde do Ceará (Cesau), por sua vez, marcou para o próximo dia 20 de maio uma reunião com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), Ministério Público Federal (MPF), Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB/CE), Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), e demais entidades, para discutir o problema.
Para o presidente do Cesau, João Marques de Farias, o encontro foi solicitado em virtude da falta de leitos hospitalares. "Vamos tentar construir algo positivista, montar um grupo de trabalho para discutir o problema, traçar um diagnóstico real e elaborar um plano de ação para ser feito nos próximos três ou quatro anos com a finalidade de resolver ou minimizar esses problemas", disse.
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Fonte: Diário do Nordeste
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