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FONTE DIÁRIO DO NORDESTE
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2013, as maiores altas ocorreram em capitais nordestinas Foto: Lucas de Menezes
Entre junho de 2012 e maio deste ano, Fortaleza registrou o maior aumento do País no valor da cesta básica, atingindo índice 26,85% e somando R$ 296,82. A segunda maior alta foi em João Pessoa (PB), onde o custo variou 26,84%. Os dados constam na edição de maio da pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgada ontem. O levantamento foi aplicado em 17 capitais.
Entre os 12 produtos que compõem a cesta básica da Capital, o tomate foi o principal vilão da alta no custo mensal, variando.
No acumulado dos cinco primeiros meses de 2013, as maiores altas ocorreram em capitais nordestinas, sendo que Fortaleza obteve a quarta maior variação (17,42%). A líder do ranking foi a capital paraibana (20,49%), seguida de Aracaju (17,97%) e Natal (17,53%).
No comparativo mensal, entre abril e maio deste ano, a cesta básica de Fortaleza contabilizou inflação de 1,97% - novamente o quarto maior índice de aumento das 18 capitais pesquisadas, incluindo Campo Grande. A frente, na variação mensal, ficaram Campo Grande (3,59%), Porto Alegre (3,49%) e Goiânia (3,43%). Mesmo com 0,65% de redução no preço, de abril para maio, São Paulo continua a ter a mais cara cesta básica do País, calculada em R$ 342,05.
Produtos
De acordo com dados do Dieese, considerando cada um dos 12 produtos que compõem a cesta básica da Capital cearense, o tomate foi o vilão da alta no custo mensal, variando 12,09% entre abril e maio.
O leite foi o segundo destaque, encarecendo 5,04%. Também impactaram no aumento do preço final a banana, que experimentou alta de 4,32% no mês, e o feijão (1,36%). Houve redução no custo de seis itens, sendo que as maiores retrações ocorreram com a farinha (-5,48%), o café (-4,28%) e a carne (-2,73%).
Considerando a variação semestral da cesta básica em Fortaleza (21,37%), a inflação foi puxada outra vez pelo tomate (102,38%), seguido da farinha (44,61%), banana (43,46%) e feijão (43,06%). Apresentaram queda mais significativas nos preços do semestre, o óleo (-8,15%), o arroz (-5,29%) e a carne (-4,46%).
Na comparação da série de 12 meses, a farinha desbancou o tomate liderando a inflação com alta de 111,84% contra 104% de aumento experimentado pelo tomate no mesmo período. O terceiro lugar ficou com a banana, que apresentou 93% de alta em 12 meses. Os produtos que tiveram reduções na respectiva série foram a carne (-4,98%) e o açúcar (-0,03%).
Salário mínimo
Tomando como base o valor vigente da cesta básica em Fortaleza, de R$ 296,82, e comparando com o salário mínimo atual, de R$ 678,00 (correspondente a jornada mensal de 220 horas), o trabalhador precisou dedicar 96 horas e 19 minutos de sua jornada mensal para comprar uma cesta básica, comprometendo 47,59% do salário.
Enquanto isso, o gasto com alimentação de uma família padrão, composta por dois adultos e duas crianças, somou R$ 890,46 no mesmo mês. Na média das 18 capitais pesquisadas, devido à predominância do recuo nos preços em maio, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou realizar uma jornada de 97 horas e 17 minutos em maio - tempo inferior às 98 horas e 5 minutos necessárias no mês de abril.
Já em comparação a maio do ano passado, a jornada comprometida com a aquisição da cesta básica hoje é bem maior às 88h21min demandadas para o mesmo objetivo em 2012. Em maio último, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu 48,07% dos vencimentos para adquirir a cesta básica. Em igual mês do ano passado o comprometimento do salário líquido para comprar a cesta correspondia a 43,65%.
Para o técnico do Dieese Ediran Teixeira, a alta dos preços da cesta básica no Nordeste, está relaciona à demanda e oferta de produtos afetados pela seca na Região. "Com a queda na produção local devido a estiagem, tem que buscar os produtos da cesta noutros locais.
No caso do tomate, devido a falta de água para irrigar os plantio, estamos trazendo o produto da Bahia e de Goiás. Então além de o produto de fora sair mais caro, a quantidade é insuficiente, gerando uma distorção entre a oferta e a demanda", explica.
Freio
De todo modo, Ediran acredita que os preços da cesta tendem a parar de crescer. "Nos últimos três meses a renda da parcela dos 10% mais pobres da população vem caindo. Estamos vendo também que alguns produtos como a carne, o arroz e o açúcar estão com preços menores. O valor do café também está se acomodando. E essas são novidades boas. Então, não se sustenta um aumento por tempo muito longo porque o natural é o mercado ir se acomodando", estima.