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NACIONAL
O que era para ser uma simples celebração de crisma na Paróquia Sagrada Família, no Cohapar, na noite do último sábado, terminou em decepção e revolta entre pais e parentes de 56 crismandos. É que, por causa de duas perguntas na hora da renúncia - um dos procedimentos do ritual -, como os adolescentes não responderam à altura ao bispo diocesano,
dom Francisco Javier Delvalle Paredes (foto), ficaram ‘na mão’. A crisma foi negada a eles.Segundo o padre da paróquia, Izaías da Conceição, a celebração teve início por volta das 19 horas e seguia normalmente até o momento em que o bispo pediu aos adolescentes para que fizessem a renúncia. Foram duas perguntas.
Na primeira eles trepidaram, responderam ao religioso em um tom bastante baixo. O bispo teria insistido e perguntado novamente. Recebeu então uma resposta a altura. No entanto, na segunda pergunta, os adolescentes, segundo relatos do padre, pareciam não ter convicção alguma do que responder.
Não sobrou outra opção a Paredes. “O bispo perguntou e parece que não responderam com tamanha convicção. Isso foi o que o bispo entendeu. Mediante isso o bispo ainda perguntou: ‘vocês não vão renunciar?’. Parece que ninguém entendeu o bispo.” Conceição frisa que os crismandos aparentavam estar com medo.
Ele não soube dizer o que realmente aconteceu.Segundo o pároco, foram praticamente dois anos de preparação para a celebração. Ele diz que o evento estava agendado desde o início do ano. Padre Izaias informa que será realizada uma reunião com catequistas, lideranças da igreja e pais dos adolescentes para marcar uma nova data para a crisma. Ele salienta que dependerá também da agenda do bispo.
“A decisão não vai ser só minha.” Conceição comenta que a decisão de Paredes pegou a comunidade de surpresa. Segundo ele, a igreja ficou assustada com a atitude do religioso. “Não só a comunidade, mas o padre também [ficou surpreso]”, observa, destacando que ele preparou os crismandos e teve a convivência com eles. Ainda na sexta-feira, Conceição disse que fez a confissão dos adolescentes.PerdãoOutro momento de bastante apreensão na missa de sábado, aconteceu já no fim da celebração, quando um dos adolescentes teria pedido perdão a Paredes em público.
Segundo padre Izaias, o bispo acolheu o perdão e disse que não ficou magoado com ninguém. Porém alegou que não havia como fazer a crisma naquele dia e que uma nova data deveria ser marcada. “A situação ficou muito tensa”, enfatiza o pároco.A reportagem tentou falar com o bispo diocesano, mas não obteve retorno. Em relação à postura de Paredes, Conceição preferiu não entrar em detalhes e esquivou-se de respostas. “Sou obediente ao bispo.
Devo obediência ao bispo. Não vou contra ele até porque é um sacramento importante. Mas também olho o lado da comunidade que ficou um tanto quanto transtornada porque a situação foi constrangedora. Não estou dizendo que o bispo está errado e não estou dizendo que a comunidade está errada. Simplesmente sei que agora a minha missão é intermediar para que a situação se resolva”, sintetiza. Segundo ele, jamais havia presenciado um fato como este.A mãe de um dos crismandos, que preferiu não se identificar, estava inconformada com o que aconteceu. Segundo ela, vieram pessoas de outras localidades para o evento.
“O bispo está afastando os fiéis da igreja. Estávamos com expectativas desde o início do ano”, critica.A mãe frisa que os padrinhos de seu filho eram de um sítio, na região de Piquirivaí e vieram a Campo Mourão somente para participar da celebração.
“Em sua decisão o bispo não olhou para o lado das outras pessoas. Olhou apenas para seu nariz. Para uma pessoa que se diz bispo, cabe a ele, no mínimo aceitar o perdão de uma pessoa”, lamenta, se referindo ao adolescente que teria pedido perdão a ele no fim da missa.
Apesar de a decisão do bispo ter deixado inúmeros pais e convidados revoltados, a dona de casa, Cristiane da Silva, acredita que Paredes tenha tomado a decisão correta. Sua filha, Ana Caroline da Silva de Oliveira, 12 anos, faria crisma no sábado. Segundo ela, ficou claro que os candidatos não estavam preparados.
Cristiane disse que no domingo passado os jovens ainda participaram de um retiro e receberam as orientações sobre a celebração. “Não foi uma coisa de última hora. Teve toda uma preparação”, completa, destacando que apesar de decepcionada apóia a decisão do bispo. (as informações são do site itribuna)
FONTE ITRIBUNA