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FONTE DIÁRIO DO NORDESTE
A Praça do Ferreira é apontada pela população como um dos lugares frequentados pelo criminoso, que agiria no Centro da Capital Foto: José Leomar
Você está fazendo compras distraidamente quando, de repente, alguém o aborda portando uma seringa hospitalar e o perfura com o objeto, cujo conteúdo é desconhecido. Esse é o boato que corre entre trabalhadores e frequentadores do Centro de Fortaleza e que chama a atenção da Polícia nas últimas semanas. A história do chamado "maníaco da seringa", que ameaça a população com o instrumento, foi motivo de três denúncias registradas no 34º Distrito Policial (DP).
No Centro, mesmo os que não acreditam no mistério já ouviram falar do criminoso. As descrições, no entanto, variam de pessoa para pessoa. Alguns dizem ser um homem jovem, moreno e de baixa estatura. Outros relatam que o malfeitor é um senhor de idade, com seus 50 e tantos anos, alto e que anda pelas ruas com roupas sujas e descuidadas.
O único traço em comum que une todas as narrativas é a personalidade incógnita e sombria do suposto maníaco, característica que tem despertado pavor, principalmente, entre as mulheres. "Dizem que ele usa a seringa para contaminar as meninas com alguma doença e que gosta de ficar em lugares com mais gente, onde as pessoas estão mais distraídas. Todas as mulheres andam muito assustadas", conta a comerciante Antônia Brás, que trabalha na Praça José de Alencar e também ficou alarmada com os rumores.
O lugar, inclusive, é, segundo a população, um dos mais frequentados pelo criminoso. A Praça do Ferreira também é tida como cenário dos ataques conhecidos. Na semana passada, um homem foi detido pela Polícia Civil no local, acusado das agressões delatadas, mas, por falta de evidências, acabou sendo liberado.
A vendedora Célia Castro, frequentadora de ambos os logradouros, afirma que conhece o tal sujeito. Embora nunca tenha visto o maníaco em ação, ela conta que, de acordo com os boatos da população e as imagens divulgadas em programas de televisão, o suposto criminoso se assemelha ao filho de um antigo colega de profissão.
"O pai dele era um sapateiro que trabalhava na Praça José de Alencar e morreu há algum tempo. Parece que ele tem algum problema mental. Alguns dias, está bem, conversando com as pessoas por aqui, mas em outros, fica meio doido", relata.
Segundo a vendedora, a lenda é verdadeira, mas não sente medo do malfeitor. "Não me assusto com essa história. Acho que as pessoas estão exagerando demais", diz ela.
Investigações
O diretor do Hospital Geral São José, Anastácio Queiroz, confirmou que quatro pessoas procuraram a unidade para realizar exames em decorrência dos ataques do criminoso.
Todas as vítimas fizeram testes de HIV e hepatite e estão aguardando o resultado, que deve sair em alguns dias.
De acordo com o médico, a mãe de uma das pacientes contou que a perfuração aconteceu de forma rápida e que não sabe quem é o autor.
Conforme o delegado Erivardo Lima, do 34º DP, uma das três vítimas que fizeram as denúncias descreveram o agressor como um homem baixo, gordo e moreno, que atua nas imediações da Rua Guilherme Rocha, no Centro.
Policiamento
Com base nesses dados, ele afirma que a Polícia está deslocando equipes para a região, coletando informações sobre o caso e buscando suspeitos, mas, até agora, nada foi descoberto.
Entretanto, o delegado alerta que situações como essa já ocorreram outras vezes na Cidade e merecem atenção da população. "Percebemos que esse não é o primeiro caso. De vez em quando, surgem boatos de pessoas no Centro portando seringas com sangue contaminado. Trabalhamos com a possibilidade de serem indivíduos com certo descontrole mental, mas não podemos dar certeza. Estamos investigando", destaca Lima.
