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POLÍCIA
Foto: Kléber A. Gonçalves
O crescente aumento nos índices de violência preocupa a população e deixa em estado de alerta gestores dos órgão de Segurança Pública. Em reunião do Monitoramento de Ações e Programas Prioritários (Mapp), na manhã de ontem, o governador Cid Gomes rebateu as críticas sobre a violência em Fortaleza veiculadas no último domingo, no programa Fantástico, da Rede Globo, e disse que o crack é o principal causador do atual cenário de insegurança.
“Eu sei que não é desculpa, que não é justificativa, mas há um fenômeno chamado crack, uma droga muito potente e barata. A venda dessa droga na periferia das grandes cidades e a disputa por espaços vêm ocasionando brigas entre gangues e assassinatos por inadimplência”, afirmou o governador.
Para fazer frente a este cenário, Cid informou que está montando a estratégia de ampliar o Serviço de Inteligência e trabalhar na identificação desses chefes de gangues. Destacou, ainda, que a partir deste mês irá implantar um modelo de gratificações aos profissionais da área de Segurança Pública, entre eles policiais militares, civis e da inteligência, vinculando gratificações a resultados.
“Na medida em que a gente consegue reduzir esses indicadores de homicídios e de assaltos, eles terão remunerações acrescidas no seu salário”, salienta. O chefe do executivo estadual explicou que o Ceará está dividido em 18 áreas, com acompanhamento diário de todos os indicadores para, a partir daí, estabelecer as gratificações. Gomes reforçou que vai continuar procurando novos mecanismos e ações para reduzir esses indicadores.
Em Portaria assinada pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Servilho Paiva, publicada, ontem, no Diário Oficial do Estado (DOE), define as metas e indicadores para o pagamento das compensações.
Conforme a publicação, elas ocorrerão após apuração do resultado do cumprimento das metas por trimestre, considerando o peso e percentual de resultado atingido para cada indicador estratégico de criminalidade.
Na opinião do titular SSPDS, uma série de fatores contribuem para esse crescimento dos índices. Entre eles, a questão socioeconômica e a de urbanismo. “A gente tem que enxergar que ultrapassa a questão meramente policialesca. Vamos ter que observar a velocidade do Judiciário, do Ministério Público, do urbanismo, emprego e trabalho melhorando”, destaca.
O gestor esclarece que o planejamento pensado ainda está sendo implantado no Ceará. “O que a gente construiu em Pernambuco levou dois anos para dar resultados. Isso, porque envolve vários fatores. O planejamento não é uma solução mágica, é um caminho que se toma para ir enxergando os problemas”, frisa.
Índices
Apesar da ampliação dos recursos investidos em Segurança Pública e da contratação de mais mil policiais, que conforme o governador deverão estar nas ruas até julho deste ano, reforçando o efetivo de 15 mil policiais, os índices de violência no Ceará só crescem. Prova disso é que, de janeiro ao dia 21 de março deste ano, 1.122 mortes foram registradas em todo o Estado, resultando em uma média de 14 assassinatos por dia.
Em 2012, a SSPDS contabilizou 3.736 mortes, saltando para 4.761 no ano passado, o que representa crescimento de 27,4%. Após ser assaltada a pé e de ônibus, a enfermeira Natália Sousa, 28, foi surpreendida, no último dia 19, quando chegava no prédio em que reside, na Rua Paula Ney, bairro Aldeota, por quatro homens armados. Enquanto aguardava o portão abrir eles a assaltaram e levaram o veículo, que ainda não foi localizado, e todos os seus pertences e de seu namorado. Ninguém saiu ferido, mas as marcas da violência que sofreu permanecem.
Traumatizada, conta que agora está com medo de dirigir. “Estou com pânico de motos, carros, de quem vem a pé. Quando saio de casa fico insegura, sem saber se quando voltar o carro e os meus pertences ainda vão estar lá”, diz. Ainda abalada pelo choque que sofreu, ela comenta que a sensação é de impotência e revolta com o descaso do governo com a segurança pública.
"Segurança Pública do Estado está equivocada"
Para Geovani Jacó, pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas Conflitualidade e Violência (Covio) e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), uma série de fatores contribuem para o cenário de insegurança no Estado. Ele cita que houve uma alteração no crime organizado do País, que migrou do Rio de Janeiro e São Paulo para outras capitais, associado a uma política de Segurança Pública equivocada, que pressupõe apenas a ação de uma polícia ostensiva, voltada para o combate ao crime, e não uma polícia que desenvolva ações preventivas.
Isso se revela na prática, acrescenta, com o esvaziamento de uma polícia de aproximação, como era, no início, o programa Ronda do Quarteirão. Jacó defende que é preciso haver uma profunda reforma no Sistema de Segurança Pública do Ceará, mudando a concepção de formação, a política de carreira profissional, o sistema de transparência das ações, a desmilitarização e unificação das polícias.
"Não há uma política de segurança pública que preconize o indivíduo, o que há são ações pontuais, muitas vezes embalada pelas conjunturas político-eleitorais, que se apropriam do medo da população para tentar garantir aquilo que a população pede e quer de forma apressada, que é menos violência", ressalta.
“Eu sei que não é desculpa, que não é justificativa, mas há um fenômeno chamado crack, uma droga muito potente e barata. A venda dessa droga na periferia das grandes cidades e a disputa por espaços vêm ocasionando brigas entre gangues e assassinatos por inadimplência”, afirmou o governador.
Para fazer frente a este cenário, Cid informou que está montando a estratégia de ampliar o Serviço de Inteligência e trabalhar na identificação desses chefes de gangues. Destacou, ainda, que a partir deste mês irá implantar um modelo de gratificações aos profissionais da área de Segurança Pública, entre eles policiais militares, civis e da inteligência, vinculando gratificações a resultados.
“Na medida em que a gente consegue reduzir esses indicadores de homicídios e de assaltos, eles terão remunerações acrescidas no seu salário”, salienta. O chefe do executivo estadual explicou que o Ceará está dividido em 18 áreas, com acompanhamento diário de todos os indicadores para, a partir daí, estabelecer as gratificações. Gomes reforçou que vai continuar procurando novos mecanismos e ações para reduzir esses indicadores.
Em Portaria assinada pelo secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Servilho Paiva, publicada, ontem, no Diário Oficial do Estado (DOE), define as metas e indicadores para o pagamento das compensações.
Conforme a publicação, elas ocorrerão após apuração do resultado do cumprimento das metas por trimestre, considerando o peso e percentual de resultado atingido para cada indicador estratégico de criminalidade.
Na opinião do titular SSPDS, uma série de fatores contribuem para esse crescimento dos índices. Entre eles, a questão socioeconômica e a de urbanismo. “A gente tem que enxergar que ultrapassa a questão meramente policialesca. Vamos ter que observar a velocidade do Judiciário, do Ministério Público, do urbanismo, emprego e trabalho melhorando”, destaca.
O gestor esclarece que o planejamento pensado ainda está sendo implantado no Ceará. “O que a gente construiu em Pernambuco levou dois anos para dar resultados. Isso, porque envolve vários fatores. O planejamento não é uma solução mágica, é um caminho que se toma para ir enxergando os problemas”, frisa.
Índices
Apesar da ampliação dos recursos investidos em Segurança Pública e da contratação de mais mil policiais, que conforme o governador deverão estar nas ruas até julho deste ano, reforçando o efetivo de 15 mil policiais, os índices de violência no Ceará só crescem. Prova disso é que, de janeiro ao dia 21 de março deste ano, 1.122 mortes foram registradas em todo o Estado, resultando em uma média de 14 assassinatos por dia.
Em 2012, a SSPDS contabilizou 3.736 mortes, saltando para 4.761 no ano passado, o que representa crescimento de 27,4%. Após ser assaltada a pé e de ônibus, a enfermeira Natália Sousa, 28, foi surpreendida, no último dia 19, quando chegava no prédio em que reside, na Rua Paula Ney, bairro Aldeota, por quatro homens armados. Enquanto aguardava o portão abrir eles a assaltaram e levaram o veículo, que ainda não foi localizado, e todos os seus pertences e de seu namorado. Ninguém saiu ferido, mas as marcas da violência que sofreu permanecem.
Traumatizada, conta que agora está com medo de dirigir. “Estou com pânico de motos, carros, de quem vem a pé. Quando saio de casa fico insegura, sem saber se quando voltar o carro e os meus pertences ainda vão estar lá”, diz. Ainda abalada pelo choque que sofreu, ela comenta que a sensação é de impotência e revolta com o descaso do governo com a segurança pública.
"Segurança Pública do Estado está equivocada"
Para Geovani Jacó, pesquisador do Laboratório de Estudos e Pesquisas Conflitualidade e Violência (Covio) e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), uma série de fatores contribuem para o cenário de insegurança no Estado. Ele cita que houve uma alteração no crime organizado do País, que migrou do Rio de Janeiro e São Paulo para outras capitais, associado a uma política de Segurança Pública equivocada, que pressupõe apenas a ação de uma polícia ostensiva, voltada para o combate ao crime, e não uma polícia que desenvolva ações preventivas.
Isso se revela na prática, acrescenta, com o esvaziamento de uma polícia de aproximação, como era, no início, o programa Ronda do Quarteirão. Jacó defende que é preciso haver uma profunda reforma no Sistema de Segurança Pública do Ceará, mudando a concepção de formação, a política de carreira profissional, o sistema de transparência das ações, a desmilitarização e unificação das polícias.
"Não há uma política de segurança pública que preconize o indivíduo, o que há são ações pontuais, muitas vezes embalada pelas conjunturas político-eleitorais, que se apropriam do medo da população para tentar garantir aquilo que a população pede e quer de forma apressada, que é menos violência", ressalta.
FONTE DIÁRIO DO NORDESTE