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A exposição coletiva prossegue até 20 de março, depois segue para Juazeiro. (Foto: Elizângela Santos) |
Movida pela possibilidade de abrir um debate sobre os espaços destinados à arte e aos
artistas de Barbalha, está sendo realizada a exposição Sob o Céu de Barbalha, por meio de
Edital da Funarte para ocupação dos CEUs das Artes.
Há mais de um mês que obras de artistas estavam sendo expostas no Centro de Artes e
Esporte Unificado (CEU) do município barbalhense e agora se encontra no Centro Cultural
Banco do Nordeste (CCBN), em Juazeiro do Norte, onde permanece durante um mês.
A
exposição coletiva prossegue até o dia 20 de março, na terra do Padre Cícero, e tem
sequência até o mês de junho em Barbalha.
É uma forma também de protestar contra a destruição de um dos mais importantes
patrimônios da Cidade, que são suas edificações, com prédios históricos já inventariados
pelo Município e que já poderiam ter sido tombados.
Essa é uma das vertentes do trabalho que chama atenção de grupos simbólicos da
religiosidade popular e da cultura, expostos por meio de peças produzidas pelos artistas e
também de pinturas das fachadas dos prédios históricos.
Para a professora da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Adriana Botelho, curadora da
exposição, a intenção foi mostrar as manifestações da arte e do patrimônio imaterial da
cidade, mas também das fachadas e ruínas históricas e outras casas que ainda se mantém
conservadas.
O carvão mineral foi utilizado na elaboração de algumas fachadas, para exposição.
Conforme a curadora, é uma forma de transmitir o efêmero, algo que mostra que aquilo vai
acabar.
Isso tem a ver com as casas, que estão sendo ocupadas e, ao longo dos anos,
segundo ela, estão sendo modificadas. O uso de cerâmicas nas residências históricas já
traz algo diferenciado em relação ao período de construção.
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Na exposição tem trabalhos de pintura de óleo sobre tela, pirografia e referências à casa do Padre Murilo, à
rodoviária da cidade, a um prédio histórico da estação e desenhos de ladrilhos. (Foto: Elizângela Santos) |
A inserção de elementos que remetem diretamente às tradições culturais de Barbalha,
como os grupos religiosos, a festa do pau da bandeira, usando formas de arte como a
pirografia, com o desenho das fachadas no couro, tentam proporcionar uma reflexão, não
apenas ao lugar do artista, mas à preservação da história, tradições populares e o
patrimônio material e imaterial.
Com a sua vivência em Barbalha, a curadora teve a oportunidade de conhecer diversos
artistas da Cidade.
O produtor da exposição, Gilsimar Gonçalves, fez uma performance no
dia da abertura da exposição, 20, de personagens singulares do município.
Inicialmente, a
proposta era reunir os artistas de Barbalha para realizar essa exposição. E deu certo.
Gilsimar destaca a dificuldade que havia de expor em outras cidades, e isso acabava
restringindo o espaço do artista de Barbalha e fazendo com que os trabalhos artísticos
tivessem pouca visibilidade.
Com isso, houve a tentativa de concorrer por meio de edital do BNB. "No começo, até os
próprios artistas mão viam o seu trabalho como arte, mas como artesanato, e assim era
comercializado", diz a curadora.
A partir da parceria do BNB no projeto, a exposição foi levada para o Juazeiro.
Assim, foram
montadas mais peças e os artistas fizerem intervenções nas paredes do próprio local.
Há
uma necessidade de discutir o patrimônio arquitetônico, conforme Adriana. É a primeira
exposição a ser realizada por esse coletivo, constituído para essa exposição, com sete
artistas.
Um deles, o Severino, que está vestido como um monge.
Ele andava pela cidade
de Barbalha e queria ser um religioso.
Fazia peças para vendas, com frases religiosas, e
até estudou em seminário, mas não se tornou um religioso. Há cerca de dois anos faleceu e
na exposição há uma foto em sua homenagem.
Na verdade, ele sequer se considerava um
artista.
Ela também destaca a proposta de conscientização para a preservação do patrimônio, mas
principalmente para chamar a atenção da presença dos artistas, por não terem espaço para
levar os seus trabalhos.
Para o artista plástico, Raimundo Nonato Sousa, essa tem sido a grande oportunidade de
pessoas como ele poderem exercitar a arte.
Ele chegou a fazer cursos em São Paulo para
desenvolver a pirografia.
Segundo Nonato, esse trabalho se tornou muito restrito em
Barbalha, e acabam fechando os espaços destinados à arte na Cidade.
A sua especialidade
temática é a história de Barbalha.
Na exposição tem trabalhos como a casa do Padre
Murilo, a rodoviária, um prédio histórico da estação e desenhos de ladrilhos.
Mais informações:
Exposição Sob o Céu de Barbalha
Centro de Artes e Esporte
Unificado
(CEU)
Parque da Cidade
Telefone: (88) 97204946
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malvinas.news@gmail.com Diário de Nordeste Elizângela Santos |