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O ex-diretor da Petrobras não repetiu no Congresso os nomes que haviam sido citados por ele à Polícia Federal
O acordo de delação premiada aceito por Costa fez com que ele optasse por não dar informação alguma em reunião com parlamentares (Foto: Agência Senado) |
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa frustrou as expectativas dos parlamentares e afirmou, na sessão da CPI mista que investiga irregularidades na estatal, que usaria "o direito de ficar calado" para não responder às perguntas.
"Boa tarde. Queria dizer que me reservo ao direito de ficar calado", disse Costa ao chegar acompanhado de seu advogado.
A presença do ex-diretor da estatal transformou a CPI mista da Petrobras num palco para debate eleitoral, depois que ele disse que não repetiria nada do que teria dito à Polícia Federal no âmbito do acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Como o acordo de delação premiada prevê o sigilo das informações prestadas por Costa, no âmbito da operação Lava-Jato, já era esperado que ele ficasse em silêncio na CPI.
Mas isso não impediu um intenso debate na comissão ontem, tendo como pano de fundo reportagens com vazamentos de denúncias do ex-diretor citando dezenas de políticos que teriam se beneficiado de suposto esquema de corrupção na Petrobras.
Mesmo antes de Costa chegar para depor, parlamentares já travavam uma disputa regimental para decidir se a sessão seria aberta ou fechada ao público. Quando o ex-diretor afirmou que se manteria calado nos dois casos, a reunião serviu para que governistas e oposicionistas trocassem acusações.
Como é minoria na CPI, a oposição não conseguiu aprovar um requerimento para fechar a reunião, perdendo a votação por 10 a 8. Oposicionistas queriam que o depoimento fosse sigiloso porque tinham esperança de que o ex-diretor desse informações.
Parlamentares da base defendiam que o depoimento fosse aberto ao público, temendo que o fechamento denotasse manobra para esconder Costa.
O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), que coordena a campanha do PSDB à Presidência, disse que as negativas de Costa envergonhavam o Congresso Nacional.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o embate não passou de jogo político. "O discurso radical feito aqui tem objetivo político. Mas não vamos dizer que há aqui um ânimo investigatório que dizem ter", disse o senador.
Justiça
O Ministério Público Federal apresentou ontem à Justiça Federal, em Curitiba, parecer contra o acesso da Petrobras ao depoimento do ex-diretor da estatal à Polícia Federal.
Também ficou programado que os membros da CPMI serão recebidos na terça-feira (23) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavaski. Eles querem pedir acesso ao depoimento prestado por Costa.
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