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Regional
'Grilagem de Terra Emperra o Funcionamento da Usina Cariri"
Fonte: Jornal do Cariri
Nova denúncia aponta irregularidades em negociações das terras pertencentes à Usina Cariri. (Foto: Serena Morais) |
Depois de denunciar que a Usina Cariri, em Barbalha, foi comprada pelo Governo do
Estado e permanece inativa, o Jornal do Cariri recebeu outra grave denúncia: as terras da
usina teriam sido negociadas de forma irregular e com a omissão do Governo do Estado. O
esquema envolve grilagem de terras.
Segundo a nova denúncia, a direção da então Usina Manoel Costa Filho transferiu suas
terras para outra empresa o grupo, identificada apenas como LR Transportes, responsável
pelo transporte da cana-de-açúcar quando a usina estava em funcionamento. A
transferência para outro CNPJ teria separado as terras da massa falida da usina.
Considerada irregular, a transferência nunca foi questionada pelo Governo do Estado, tanto
na gestão do ex - governador Cid Gomes, quando a usina foi comprada pelo Estado, quanto
na atual gestão do governador Camilo Santana. A denúncia não fala em favorecimento, mas
acusa os dois gestores estaduais de fechar os olhos para a situação. O esquema prejudicou
os trabalhadores da usina, que não receberam os direitos trabalhistas.
O esquema foi descoberto ainda no governo do Ex-Prefeito Rommel Feijó. A ex - gestão
encaminhou processo de desapropriação das terras para garantir o funcionamento do
equipamento no futuro, mas o processo acabou anulado porque as terras já não pertenciam
à usina.
Segundo Rommel, da área desapropriada, apenas uma pequena parte ficou com o
Município, para ser distribuída junto à população carente que mora na localidade. O ex-prefeito
disse que o processo de doações foi encaminhado no fim do seu governo, mas as
terras jamais foram utilizadas pela população. Há indícios de que os beneficiários tenham
sofrido ameaças para não assumir a posse das terras.
Ninguém comenta o assunto. O exprefeito Rommel diz que a responsabilidade é do atual
prefeito Zé Leite, já que, segundo ele, desde que o atual gestor municipal assumiu a
questão, nada foi feito sobre as doações. Segundo o exprefeito, tudo ficou documentado na
Procuradoria Geral do Município.
Zé Leite desmentiu a informação de que o Município tenha desapropriado terras nas
imediações da Usina. O prefeito preferiu comentar o investimento do Governo do Estado na
compra da Usina, argumentando que, no momento certo, o investimento vai surtir efeito.
Segundo Zé Leite, não vai faltar terra para o plantio da cana que vai abastecer a usina.
Além das áreas adquiridas junto à empresa transportadora da usina, o empresário João
Landim teria se apossado das terras pertencentes ao Município, destinadas à doação para
a população carente. A posse ilegal jamais recebeu qualquer resistência do poder público
estadual e barbalhense.
Num primeiro contato com a nossa reportagem, o empresário João Landim confirmou a
compra da área junto ao ex - proprietário da Usina. Depois, pediu a correção da informação, afirmando ter efetuado a compra junto ao BIC Banco. Segundo o empresário, as terras
estavam penhoradas ao banco. Ele desmentiu a informação sobre a existência de uma área
desapropriada pela Prefeitura para ser distribuída à população. Segundo João Landim, toda
a área foi negociada por sua empresa e tudo está documentado e legalizado.
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