POLÍTICA
Um grupo de 32 parlamentares torrou acima dos R$ 400 mil
De acordo com a pesquisa do militante, que compreende o período entre 1º de janeiro de 2011 e 10 de fevereiro de 2014, os deputados que mais gastaram com divulgação de mandato no período foram Júnior Coimbra (PMDB-TO), Nilton Capixaba (PTB-RO), Toninho Pinheiro (PP-MG) e Raul Lima (PP-RR). Além deles, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) foi mencionado pelo colunista por ter gasto, com uma única despesa, R$ 215 mil em dezembro de 2012.
Leia o artigo de Lúcio Big: Reeleição garantida
Procurados pelo Congresso em Foco, os deputados citados negam o caráter eleitoreiro dos gastos, defendem a divulgação do mandato como transparência de suas ações perante a sociedade e destacam que a Câmara não se opôs aos pagamentos, por estarem dentro da lei.
Em média, cada deputado federal gastou R$ 140 mil com a divulgação do mandato entre 2011 e 2014. Um grupo de 32 parlamentares torrou acima dos R$ 400 mil. Só o grupo listado por Lúcio Big tem média de R$ 680 mil em gastos com divulgação no mesmo período.
Política e parlamento
A assessoria do deputado Júnior Coimbra disse ao site que o parlamentar “prioriza, dentro da cota parlamentar, a divulgação do mandato parlamentar porque busca, através dos jornais mensais, aproximação do mandato com o cidadão, tornando transparentes todas as posições que ele assume na Câmara, os seus votos e suas ações”.
Coimbra é presidente do PMDB no Tocantins e pré-candidato a governador do estado. Entretanto, ele enfatiza que, em todos os seus informativos mensais, os comunicados tratam de “ações na Câmara”, e não de ações política do parlamentar. “Em nenhum jornal noticiamos a pré-candidatura dele. O jornal de fevereiro fala apenas do retorno dele à Câmara e o que ele defende para este mandato”, argumentou sua assessoria. “Ele tem preocupação em não falar de atuação política, mas de atuação parlamentar.”
O deputado enviou ao Congresso em Foco três informativos que distribuiu entre outubro e dezembro do ano passado, em que tratou da discussão do marco civil na internet e de como distribuiu os R$ 6 milhões de suas emendas parlamentares. Cada boletim tem uma página, com a foto do deputado e um texto.
Para imprimir 10 mil cópias do primeiro informativo, gastou R$ 19 mil, ou seja, R$ 1,90 por cada publicação. Para imprimir 5 mil exemplares do segundo boletim, o deputado gastou R$ 9.500 (R$ 1,90 cada) e mais R$ 11.500 com 23 mil envelopes (R$ 0,50 cada). Para rodar 16 mil exemplares do terceiro boletim, Coimbra usou R$ 28 mil do cotão, ou seja, com custo de R$ 1,75 por impressão. Os dois serviços foram prestados pela Maxwell Gráfica e Editora Ltda.
Os assessores de Coimbra destacam que ele não tem gastos com aluguel de aeronave, hotéis e alimentação. Despesas com combustíveis também seriam reduzidas.
Idosos
A assessoria de Arnaldo Faria de Sá afirma que os gastos do petebista com a divulgação do mandato se devem à promoção de um seminário para discutir o Estatuto do Idoso. A defesa dos aposentados é uma das principais bandeiras de Arnaldo, crítico do fator previdenciário, fórmula que reduz o valor das aposentadorias e pensões.
O deputado Toninho Pinheiro disse, por meio de sua chefe de gabinete, Ana Paula de Queiroz, que “a divulgação da atividade parlamentar é uma forma de mostrar o trabalho realizado pelos parlamentares à população”. “Todas as divulgações do deputado estão dentro da lei e foram aprovadas pelo departamento responsável pelas verbas indenizatórias”, continuou.
A reportagem procurou os gabinetes e assessores dos deputados Nilton Capixaba e Raul Lima por escrito e por telefone, mas não obteve esclarecimentos até o momento.
Período: 1º de janeiro de 2011 a 10 de fevereiro de 2014. Fonte: Operação Política Supervisionada (OPS)
FONTE CONGRESSO EM FOCO
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