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política
(conhecimento de causa)
Como Dilma e Aécio podem
contra-atacar? Como criticar a representante de uma realidade que foi — e ainda
é — conhecida intimamente por milhões de brasileiros?
A petista não poderá repetir
que a candidata do PSB se faz de ‘coitadinha’. O tucano pensará duas vezes
antes de acusar a ex-senadora de ser vitimista.
Não dá para desqualificar quem
assume ter passado fome. Seria uma atitude vista como desumana e cruel.
Bombardear Marina por sua declaração dramática poderia ofender milhões de
outras pessoas que também já conheceram (ou ainda sentem) a fome.
Em campanha eleitoral sempre se
discute os limites da baixaria, da troca de ofensas, do terrorismo psicológico
contra o eleitor. Com Marina, a discussão avança para o campo da emoção. Há um
limite para a manipulação emocional?
Por ironia da história, ou, se
preferir, do destino, essa guerra eleitoral faz Marina Silva se aproximar
virtualmente cada vez mais de Lula, seu ex-mentor e agora novo desafeto.
Na ânsia por se eleger, ambos
usaram a origem pobre, o preconceito social e a superação pelo próprio esforço
como estandarte da campanha à Presidência da República.
Nos dois casos, a pobreza foi
vendida quase como uma virtude, como se ela os fizesse mais merecedores da
vitória do que, por exemplo, um candidato de classe média que nunca sentiu a
barriga vazia.
“Sei o que é passar fome.”
Depois dessa frase-slogan, não
há como apelar mais profundamente ao emocional do telespectador-eleitor.
Ou há?
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