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17/12/2011
O REPÓRTER
AMSTERDÃ - Holanda se soma a Irlanda, Estados Unidos, Chile, Alemanha e outros países, a denunciar abusos sexuais dentro da Igreja Católica. O relatório foi apresentado nesta sexta-feira (16), elaborado por uma comissão independente, presidida pelo antigo ministro de Educação holandês, Wim Deetman.
Segundo o documento, milhares de crianças foram vítima de abusos sexuais dentro da igreja holandesa desde 1945. “Há entre 10 e 20 mil relatos de abusos sexuais de crianças menores de 18 anos que passaram parte da infância em orfanatos ou colégios internos da Igreja Católica Romana, nos Países Baixos”.
O relatório indentificou 800 abusadores, na sua maioria padres, mas também laicos. A comissão diz que, pelo menos, 105 ainda estão vivos.
O bispo Wim Eijk assumiu responsabilidades e pediu desculpa em nome da Igreja. No entanto, o clérigo diz que a responsabilidade deve ser compartilhada entre os abusadores e as autoridades católicas. “Os ofensores não são os únicos responsáveis, as autoridades também são. Não atuaram de maneira correta e não consideraram prioritário o interesse das vítimas”, declarou Eijk.
Um escândalo que não dá descanso ao Vaticano. Depois da Irlanda e de outros países, agora é a Holanda a denunciar a prática de um crime continuado, ao longo de décadas.
Tal como noutros países, resta saber até que ponto o silêncio da hierarquia eclesiástica foi cúmplice dos abusadores.
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