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Biografia
1709
Vindo
de Portugal, Leonel Alencar chega na região do Exu. Confraternizando com a
tribo de índios que vivia ali, os Açus, cuja corruptela do nome daria Axu e
logo depois Exu, Leonel Alencar, acompanhado de 3 irmãos, fundou a fazenda
Várzea Grande. Depois nasceram as fazendas, Caiçara, de Bodocó, de Salgueiro e
da Gameleira. Nesta última, situada no pé da serra do Araripe foi fundado
posteriormente o povoado de Exu. Hoje chamado de Exu Velho.
1779
O
termo de Exu, situado junto a Serra do Araripe, foi confirmado como Freguesia
em 14 de Outubro deste ano.
1846
A
Freguesia do Exu foi elevada à Povoação em 30 de Maio deste ano, pela Lei 150.
1858
A
Povoação do Exu foi confirmada como Vila em 02 de Junho deste ano, pela Lei
442.
1860
Chega
na serra do Araripe, Dona Januária, vinda de Missão Velha no Ceará. Acompanhada
de sua filha Efigênia, se empregou na fazenda Caiçara. José Moreira Franco de
Alencar casou com Efigênia. Da união nasceram quatro filhas, uma delas Ana
Batista, conhecida por Santana. Quando completou 15 anos, Santana viu chegar na
Fazenda Caiçara, Januário e seu irmão mais velho, Pedro Anselmo, oriundos não
se sabe se de Flores ou de Pajeú das Flores, em Pernambuco. Januário
foi logo deitando os olhos em Santana.
1863
A
sede da então Vila do Exu foi transferida para Granito, por força da Lei 548 de
09 de Abril deste ano. Exu possuía neste último ano um Juiz Municipal, um
Tabelionato, três Distritos de Paz, um Subdelegado de Polícia, uma agência de
Correios, 27 eleitores, estando subordinada a Comarca de Cabrobó.
1888
Bem
no estilo feudal era senhor de braço e cutelo de Exu, Gualter Martiniano de
Alencar Araripe, que em 15 de Novembro deste ano foi agraciado pelo Imperador
D. Pedro II com o título de Barão de Exu.
1909
Januário
José dos Santos, vindo dos Quidutes e dos Anselmos. Conhecido tocador de fole
de 8 baixos, subiu a encosta da Serra do Araripe com destino à chapada. Mas
ficou na Fazenda Caiçara, quase no sopé da Serra, propriedade do Barão do Exú,
bem onde começava o Rio Brígida que ia desembocar no São Francisco.
Ana
Batista de Jesus, ou simplesmente Santana, era uma cabocla bonita, e deixava
muito olhar na esteira do seu caminho, sedentos daqueles olhos bonitos, daquele
gingado de marrã bravia. Daí o cuidado de Efigênia, sua mãe, conhecida por
Figênia.
Espantava
os mais afoitos, animava os de melhor qualidade. E Januário caíra nas suas
graças. E na Igreja de Exú, em Setembro de 1909, o casamento foi feito, sem
arranjo, sem arrumação e principalmente sem samba. Claro: o único tocador de
forró da região era o noivo... E numa casucha construída com os amigos,
Januário lá se foi morar com Santana, morena formosa e de olhos estranhamente
verdes, que endoidavam os cabras. E Januário tinha pressa, não ia perder tempo
depois dos sacramentos...
“Fez
cum ela o sanfoneiro
Um
casamento feliz
E
dos nove qui nascêro
Um
desses nove é Luiz..."
1912
No
dia 13 de Dezembro, uma sexta-feira, nasce, na fazenda Caiçara, terras do barão
de Exu, o segundo dos nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana
Batista de Jesus, que na pia batismal da matriz de Exu recebe o nome de Luiz
(por ser o dia de Santa Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário) Nascimento
(por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus
Cristo).
1915
Nasce
no dia 05 de Janeiro, Humberto Cavalcanti Teixeira
1920
Luiz
Gonzaga, com apenas 8 (oito) anos de idade substitui um sanfoneiro em festa
tradicional na fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai.
Canta e toca a noite inteira e, pela primeira vez, recebe o que hoje se
chamaria cachê; o dinheiro - 20$000 (vinte mil réis) - "amolece" o
espírito da mãe, que não o queria sanfoneiro. A partir daí, os convites para
animar festas - ou sambas, como se dizia na época - tornam-se freqüentes. Antes
mesmo de completar 16 anos, "Luiz de Januário", "Lula" ou Luiz
Gonzaga já é nome conhecido no Araripe e em toda a redondeza, como Canoa Brava,
Viração, Bodocó e Rancharia.
1921
Em
Carnaíba das Flores, município Pernambucano do sertão do Alto Pajeú, nasce em
27 de Fevereiro José de Souza Dantas Filho, que viria a ser um dos mais
importantes parceiros na obra de Luiz Gonzaga.
1924
Houve
uma grande cheia e o rio Brígida subiu de nível, inundando os arredores. A casa
de Januário foi atingida, encheu de água, obrigando a família a se mudar. Foram
morar no povoado do Araripe, na Fazenda Várzea Grande.
A
pedido do coronel Manoel Ayres de Alencar, chefe político local, Luiz, já um
caboclo taludo, vai com este a Ouricuri para tomar conta de cavalo. Chegando lá
vê um fole Kock de oito baixos, marca Veado, pelo qual fica louco e passa a
amolar o coronel por causa dele. No mês seguinte, repetindo a viagem, o
político concorda em pagar a metade dos 120 mil réis do fole, desde que Luiz
arque com o resto, o que fez sem muita dificuldade, pois a essa altura já
estava ganhando tanto ou mais que o pai, para tocar.
1926
Início
real de sua vida artística, quando tocou seu primeiro "samba"
ganhando dinheiro. Começou também a estudar no grupo de escoteiros de um
sargento da polícia do Rio de Janeiro chamado Aprígio. Seu amigo Gilberto
Ayres, filho do Cel. Ayres, o convenceu a mudar-se para a cidade, deixando o
Araripe. Hospedaram-se na casa de Dona Vitalina e o amigo Gilberto foi seu
primeiro empresário.
1929
Conhece Nazarena, por quem se
apaixona e com quem namora às escondidas. Rejeitado pelo pai da moça, de
família importante, vai tirar satisfações da desfeita armado com uma faquinha,
após uns goles de cana. Leva uma surra de Santana, e foge de casa para o Crato,
no Ceará, onde vende sua sanfoninha de 8 baixos.
1930
Luiz Gonzaga aumenta sua idade para
sentar praça no Exército, na cidade de Fortaleza. Com o advento da Revolução de
30 segue em missão militar pelo Brasil como soldado Nascimento. Mestre Januário
consegue reaver a sanfona vendida no Crato por 80 mil réis, através de um
amigo, o Sr. José Lindolfo.
1931
Após o término do tempo legal de
serviço militar, o soldado Nascimento escolhe continuar servindo no Exército,
instituição que representou o papel de uma grande e importante escola. Nas
horas vagas acompanhava, pelos programas de rádio, os sucessos musicais da
época.
1933
Por não conhecer a escala musical, é
reprovado num concurso para músico numa unidade do exército, em Minas Gerais. Vira
soldado-corneteiro e ganha o apelido de “bico de aço”.
1936
Gonzaga aprende a tocar sanfona de
120 baixos em Minas
Gerais , com um soldado de polícia chamado Domingos Ambrósio.
Para treinar, adquire uma sanfona de 48 baixos e aproveita as folgas da caserna
para tocar em festas.
1938
Gonzaga é ludibriado por um
caixeiro-viajante, a quem paga 500 mil réis em prestações mensais para adquirir
uma sanfona branca, Honner, de 80 baixos. Foge do quartel, em Ouro Fino (MG), para ir
buscar a sanfona em São
Paulo. Lá chegando, descobre que não vendiam sanfona no
endereço que o caixeiro lhe dera. Ao retornar ao hotel onde se hospedara, acaba
comprando uma sanfona igualzinha à que tinha ido buscar, pelo valor das
prestações que faltavam pagar, 700 mil réis, e que ele havia arrecadado com a
venda da sanfona de 48 baixos.
1939
Luiz Gonzaga dá baixa das Forças
Armadas, impulsionado por um decreto que proibia para os soldados um
engajamento superior a dez anos no Exército. Desembarca no Rio com bilhetes
comprados para Recife, de navio, de onde pretendia voltar de trem para o Exu.
Enquanto aguardava a chegada do navio que o levaria ao Recife, resolve conhecer
o Mangue, o bairro boêmio vizinho. E lá, com sua sanfona Honner branca, faz
sucesso tocando valsas, tangos, choros, foxtrotes e outros ritmos da época.
Através de um músico amigo, o baiano Xavier Pinheiro, casado com uma
portuguesa, Gonzaga vai morar no morro de São Carlos, à época tranqüilo reduto
português no Rio.
Explode
a segunda Guerra Mundial. O Brasil é literalmente invadido pela música estrangeira,
principalmente a Norte Americana.Conhece o violonista Sepetiba. É o ano em que
se apresenta pela primeira vez em um palco, no cabaré O Tabu na rua Mem de Sá.
1940
Como
outros artistas disputa à duras penas um lugar ao Sol. Toca todo tipo de
música, de Blues a Fox Trotes; imita artistas famosos da época, como Manezinho
Araújo, Augusto Calheiros e Antenógenes Silva. Começa a apresentar-se em
programas de rádio, como calouro. Luiz Gonzaga modifica o seu repertório,
pressionado por estudantes cearenses, e consegue tirar nota máxima no programa Calouros em desfile, de Ary
Barroso, na Rádio Tupi, executando a música Vira
e Mexe, um “xamego” (chorinho) lá do seu pé-de-serra. Pouco tempo depois
vai trabalhar com Zé do Norte no programa A
hora sertaneja, na Rádio Transmissora. Chega ao Rio seu irmão José Januário
Gonzaga (Zé Gonzaga), fugindo da seca devastadora e trazendo um pedido de ajuda
por parte de Santana. Zé Gonzaga passa a morar com o irmão.
1941
5 de março. Data da primeira
participação de Luiz Gonzaga numa gravação da Victor, atuando como sanfoneiro
da dupla Genésio Arruda e Januário França, na “cena cômica” A viagem de Genésio. Seu
talento chama a atenção de Ernesto Augusto Matos, chefe do setor de vendas da
Victor. E no dia 14 de março Luiz Gonzaga grava, assinando pela primeira vez
como artista principal, e exclusivo da Victor, quatro músicas que são lançadas
em dois 78 rotações.
É publicada a primeira reportagem
sobre Luiz Gonzaga na revista carioca Vitrine,
com o título Luiz Gonzaga, o
virtuoso do acordeom. Ainda
em 41, Gonzaga grava mais dois 78 rotações.
O sucesso havia chegado, e Gonzaga já
era chamado como “o maior sanfoneiro do nordeste, e até do Brasil”.
O
Estado Novo comemora seu quarto aniversário. Vai ao ar a primeira radio novela
brasileira: Em Busca da Felicidade.
Nos
anos seguintes grava cerca de 30 discos 78 RPM, muitos choros, valsas e
mazurcas, todos em solo pois a Victor insiste em não lhe permitir cantar em
seus discos, que até então eram só instrumentais. Inicia na Rádio Clube do
Brasil para onde foi levado por Renato Mource, substituindo Antenógenes Silva
no programa Alma do Sertão. A firma era na época a Victor.
Também
neste ano conheceu César de Alencar na Rádio Clube do Brasil, quando o mesmo
era o locutor do programa Alma do sertão sob o comando de Renato Mource. Foi
quando apareceu Dino, violonista de sete cordas que tinha a mania de apelidar
todo mundo. Ao ver a cara redonda de Luiz Gonzaga Dino imediatamente o chamou
de Lua.
Nasce em
Garanhuns José Domingos de Morais que viria a ser o
sanfoneiro Dominguinhos, de quem Luiz Gonzaga se tornou um segundo pai e que o
tratava como "pai impostor". Luiz Gonzaga começa a fazer sucesso e as
emissoras de rádio a se interessar, de fato, pelo novo cartaz. Enquanto isso, o
Brasil declara guerra à Alemanha e seus aliados.
1943
Trazido
pelas mãos do radialista Almirante - que também foi responsável pela descoberta
de Gonzaga - o sanfoneiro catarinense Pedro Raimundo estréia na Rádio Nacional
com suas roupas de gaúcho. Inspirado nele, Gonzagão passa a se apresentar
vestido de nordestino. Nessa época, irritado com a interpretação dada por
Manezinho Araújo para a sua "Dezessete e Setecentos", parceria com
Miguel Lima, o sanfoneiro passa a cantá-la. Chovem cartas pedindo que ele
continue cantando.
1944
É
despedido da Rádio Tamoio e, imediatamente, contratado por Cr$ 1.600,00 pela
Rádio Nacional, onde o então radialista Paulo Gracindo divulga seu apelido
"Lua", por causa do seu rosto redondo e rosado. Ataulfo Alves e Mário
Lago são os destaques do ano na área musical, com Atire a Primeira Pedra.
1945
Consegue
então o que desejava. Grava seu primeiro disco tocando e cantando, a mazurca
Dança Mariquinha, parceria com Miguel Lima, primeira gravação com o dito
e chama a atenção pelo timbre de voz e desenvoltura no cantar. Nesse mesmo ano,
e ainda em parceria com Lima grava outros dois discos interpretando Penerô
Xerém e Cortando Pano.
Querendo
dar um rumo mais nordestino para suas composições, Gonzagão procura o maestro e
compositor Lauro Maia, para que este coloque letras em suas melodias. Maia
porém apresenta-lhe o cunhado, o advogado cearense Humberto Cavalcanti
Teixeira, com quem Luiz Gonzaga viria a compor vários clássicos.
No
dia 22 de setembro, nasce de uma relação com a cantora Odaléia Guedes dos
Santos o Seu filho Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior
1946
No mês de outubro o conjunto Quatro Ases e um Coringa, da
Odeon, acompanhado pela sanfona de Luiz Gonzaga, grava a segunda parceria de
Gonzaga e Humberto Teixeira, a música Baião, sucesso em todo país.
Depois de receber a visita de
Santana, Gonzaga volta à sua terra, Exu, após 16 anos ausente. No retorno para
o Rio, passa pela primeira vez no Recife, participando de vários programas de
rádio e muitas festas. Nesse momento conhece Sivuca, Nelson Ferreira, Capiba e
Zé Dantas, estudante de medicina, músico por vocação, apaixonado pela cultura
nordestina.
1947
Luiz Gonzaga grava em março o 78 RPM
que se tornaria um clássico da música brasileira: a toada Asa Branca, sua terceira
parceria com Humberto Teixeira, inspirado no repertório de tradição oral
nordestina.
A partir desse ano, Luiz Gonzaga
adota o chapéu de couro semelhante ao usado por Lampião, a quem tinha
verdadeira admiração, à sua apresentação artística, - embora a Rádio Nacional
ainda não o permitisse apresentar-se ‘como cangaceiro’ nos seus programas -
assumindo, ao mesmo tempo em que também plasmava, a identidade nordestina no
cenário nacional.
Num domingo de julho, Gonzaga conhece
na Rádio Nacional, a contadora Helena das Neves Cavalcanti, e a contrata para
ser sua secretária. Rapidamente o namoro acontece, e Gonzaga pensa em casar.
Neste ano aconteceu o primeiro
encontro de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, no Recife.
1948
No dia 16 de junho Luiz Gonzaga e
Helena casam-se no Rio de Janeiro, e passam a morar, juntamente com a mãe de
Helena, dona Marieta, no bairro de Cachambi.
1949
Aproveitando uma folga entre as
gravações, Luiz Gonzaga leva a esposa e sogra para conhecerem o Araripe, e sua
terra Exu. Porém, interrompem a viagem quando estavam no Crato, por causa das
desavenças e mortes entre os Sampaio e os Alencar. A grande violência que
marcava a disputa entre os clãs rivais ameaçava sua família, ligada aos
Alencar. Preocupado, Gonzaga aluga uma casa no Crato, para onde leva seus pais
e irmãos, enquanto preparava a mudança de sua família para o Rio de Janeiro, o
que ocorreu ainda em 49.
1950
Em janeiro, o médico formando Zé
Dantas chega ao Rio, a fim de prestar residência no Hospital dos Servidores,
para alegria de Gonzaga, que vai esperá-lo na plataforma da estação de trem.
Nesse ano, Luiz Gonzaga lançou, gravando ou cedendo para outros intérpretes, mais
de vinte músicas inéditas, a maioria parcerias com Humberto Teixeira e Zé
Dantas que se tornariam clássicos da MPB. Em junho lança a música A dança da moda, parceria com Zé Dantas que
retratava a febre nacional pelo baião.
1951
Luiz Gonzaga já era o consagrado ‘Rei
do Baião’, e o advogado Humberto Teixeira o ‘Doutor do Baião’!
Humberto Teixeira candidata-se a
Deputado Federal, e recebe o apoio do parceiro.
Durante todo o ano de 51 Gonzaga foi
convidado permanente da série No
Mundo do Baião, produzido por Zé Dantas, parte das atrações do Departamento
de Música Brasileira da Rádio Nacional, cuja direção era de Humberto Teixeira.
Gonzaga havia aproximado os dois parceiros, mas essa convivência era difícil e
durou pouco tempo.
Foi No
Mundo do Baião que Luiz
Gonzaga coroou, com chapéu de couro, Carmélia Alves como Rainha do Baião. Ela
interpretava o baião com acompanhamento de orquestra, e levava a música do Rei
para as boates e ambientes da elite.
Um
jornal carioca publica que "Luiz Gonzaga velho e superado, acaba de
assinar contrato com uma firma para viajar pelo Brasil". Puro preconceito,
pois Gonzaga reinou soberano de 45 a 55, 56. As 17 prensas da RCA Victor
trabalhavam exclusivamente para ele.
Em março deste ano encerrou seu
contrato com a Rádio Nacional e firmou um novo com a Rádio Mayrink Veiga, mesmo
oficialmente vinculado à Rádio Cultura de São Paulo.
1952
Outubro de 1952, data do 71º disco da
carreira de Gonzaga, o último 78 RPM com Humberto Teixeira, músicas já lançadas
em anos anteriores.
Hervê Cordovil é apresentado à
Gonzaga por Carmélia Alves, e tornam-se parceiros.
Luiz Gonzaga e Helena adotam uma
menina: Rosa Maria.
1953
Catamilho é afastado por Gonzaga do
seu conjunto, e Zequinha o acompanha. Gonzaga contrata Jurai Nunes, o Cacau,
para tocar zabumba, e Oswaldo Nunes Pereira, o Xaxado para o triângulo. Mais
tarde, por causa de sua baixa estatura, Xaxado seria apelidado de Salário íntimo.
1954
Luiz Gonzaga reencontra Neném, mais
tarde Dominguinhos, aos 14 anos, no Rio de Janeiro.
Gonzagão
convida Jackson do Pandeiro e sua mulher Almira, para morarem no Rio de
Janeiro. Fariam grande sucesso com seus cocos e são considerados o lado urbano
da música nordestina, enquanto Gonzaga seria o agreste.
Já no Sertão Pernambucano, em Serrita, nas Caatingas do sítio Lages, era
encontrado morto, no dia 08 do mês de Julho, o vaqueiro Raimundo Jacó, primo de
Luiz Gonzaga, fato que depois viria a originar a Missa do Vaqueiro.
1955
Luiz
Gonzaga grava seus primeiros discos compactos de 45 rpm.
Também
neste mesmo ano gravou o seu primeiro LP de 10 polegadas, 33 rpm, pela RCA
Victor. Uma Compilação dos disco de 78 RPM.
Luiz Gonzaga apresenta o trio formado
por Marines, Abdias e Chiquinho, que ficou conhecido como Patrulha de Choque Luiz Gonzaga.
1956
A
Lei 1544/56, de autoria do então Deputado Federal Humberto Cavalcanti Teixeira,
que limita a execução de músicas estrangeiras no Brasil é aprovada.
Começo
das tentativas de aproximação do vaqueiro Zé Marcolino - José Marcolino com o
Rei do Baião, através de correspondências que, segundo o próprio nunca chegaram
às suas mãos. O encontro pessoal se daria mais tarde no ano de 1960.
Marinês é coroada Rainha do Xaxado na
Rádio Mayrink Veiga.
A cantora japonesa Keiko Ikuta grava
as músicas Baião de Dois e Paraíba.
1957
Grava
o primeiro disco com composição de Onildo Almeida. Em um lado A Feira de
Caruaru e no outro Capital do Agreste de Onildo Almeida e Nelson Barbalho.
1958
Começa
o apogeu da Bossa Nova com João Gilberto, Tom Jobin, Vinícius e outros. O
movimento cresce com adesão de Carlos Lira, Roberto Menescal, Baden e outros
mais. Luiz Gonzaga por sua vez gravou seu primeiro LP de 12 polegadas, 33 RPM.
Pela RCA Victor. XAMEGO
1960
11 de junho: morre Santana, vitimada
pela doença de Chagas, no Rio de Janeiro.
05 de novembro: Januário, aos 71
anos, casa-se com Maria Raimunda de Jesus, 32 anos, no Exu.
Gonzaga participa, gratuitamente, da
campanha de Jânio Quadros à Presidência da República.
1961
Luiz
Gonzaga entra para a Maçonaria. Neste ano compõe com Lourival Silva e grava
Alvorada de Paz, em homenagem ao então Presidente da República Jânio Quadros,
que renunciaria sete mêses após assumir a Presidência.
Conheceu pessoalmente José Marcolino - o Zé Marcolino, de quem gravaria depois várias obras.
Conheceu pessoalmente José Marcolino - o Zé Marcolino, de quem gravaria depois várias obras.
Gonzaguinha vai morar com o pai em
Cocotá, Rio de Janeiro.
Luiz Gonzaga torna-se maçom, e sofre
outro acidente de carro, ferindo gravemente o seu olho direito.
1962
11 de março: morre Zé Dantas, aos 41
anos.
Luiz Gonzaga conhece João Silva.
1963
De
sua parceria com Nelson Barbalho grava A Morte do Vaqueiro no mesmo ano conhece
o poeta popular cearense Patativa do Assaré . O clima político é tenso, e os
brasileiros decidem em plebiscito a volta do sistema presidencialista.
Luiz
Gonzaga teve sua sanfona Universal, preta, roubada. Antenógenes Silva, seu
amigo e afinador, lhe empresta uma sanfona branca. A partir de então, adota a
cor branca para suas sanfonas, e a inscrição “É do povo” em todos os seus
instrumentos.
1964
Grava
a composição A Triste Partida de Patativa do Assaré. O sucesso é total
principalmente junto ao nordestino que vive no Sul. Grava também, no LP O
Sanfoneiro do Povo de Deus a primeira composição de Gonzaguinha,
"Lembrança de Primavera".
1965
Asa
Branca é gravada por Geraldo Vandré em seu LP "Hora de Lutar". Gilberto jovem,
um compositor jovem da Bahia começa a citar Luiz Gonzaga em suas entrevistas,
como uma de suas maiores influências. Mais adiante Luiz Gonzaga gravaria duas
composições de Vandré (Para Não Dizer Que Não Falei das Flores e Fica Mal Com
Deus), como retribuição.
1966
Sinval
Sá lança o livro O Sanfoneiro do Riacho da Brígida - Vida e Andanças de Luiz
Gonzaga - O Rei do Baião. O sanfoneiro é impedido de cantar no festival FIC 66,
a música São os do Norte Que Vêm, de Capiba e Ariano Suassuna.
1968
Um
pouco fora de destaque no cenário musical, Luiz Gonzaga viu seu nome novamente
em ascensão depois que, nesta ano, Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro
que o conjunto Inglês The Beatles acabara de gravar a música Asa Branca. Não
era verdade, mas foi o que bastou para que Gonzaga voltasse às manchetes. E por
um longo tempo Gonzaga sempre falou em entrevistas, do interesse "dos
cabeludos de Liverpool por essa música". Luiz Gonzaga é destaque na 1ª
edição da Revista Veja, em 11 de setembro, com a matéria Gonzaga: a volta do Baião.
Luiz Gonzaga conhece Edelzuíta Rabelo
numa festa junina em Caruaru.
1970
Para
os anos 70 estava reservada a explosão dos ritmos estrangeiros, particularmente
o Rock'n'roll, oriundo dos anos 50, onde encontrava defensores como Cely e Tony
Campelo, Carlos Gonzaga, etc. Era a presença em nossa música os Beatles,
ingleses. Dos Estados Unidos chegava a música de Elvis Presley. No Brasil era a
vez de Roberto Carlos que já vinha com o seu programa Jovem Guarda. Carlos
Imperial, Erasmo Carlos etc., davam força ao movimento.
1971
Lança
o LP "O Canto Jovem de Luiz Gonzaga". O produtor Rildo Hora alega que
"este disco não é para sucesso e sim uma homenagem para a juventude.” Em Londres Caetano Veloso
grava Asa Branca, assim como Sérgio Mendes e seu Brasil 77. É o ano do primeiro
contato do então desconhecido Fagner com Luiz Gonzaga, no Rio. O sanfoneiro
apresenta-se em Guarapari fazendo sucesso entre os hippies de então.
Foi
também do ano de 1971 que, por iniciativa do Padre João Câncio, com o apoio do
cantor Luiz Gonzaga - primo de Raimundo Jacó - e pelo poeta Pedro Bandeira,
famoso repentista do Cariri, realizou-se a primeira Missa do vaqueiro, no sítio
Lages, na cidade de Serrita, em pleno sertão Pernambucano, como homenagem a
Raimundo Jacó, que teria sido morto morto por um companheiro, e principalmente
em forma de tributo ao vaqueiro nordestino. Mas a principal preocupação do PE. João
Câmbio era trazer de volta para a igreja os vaqueiros. Com a celebração o Padre
Vaqueiro conseguiu ver seu desejo realizado.
1972
Pelas
mãos de Capinam apresenta o espetáculo "Luiz Gonzaga Volta Para Curtir"
no Teatro Teresa Raquel, no Rio de Janeiro. Sob a direção de Jorge Salomão e
Capinam, o delírio é total, e é a primeira vez que Gonzagão enfrenta uma
platéia somente de jovens.
1973
Deixa
a RCA Victor e passa para a Odeon, por um breve espaço de tempo, embalado pelo
sucesso reconquistado. Tenta lançar sua candidatura a deputado Federal
pelo então MDB mas desiste logo da idéia, quando sentiu que os votos que
obteria seria em troca de favores. Inezita Barroso grava Asa Branca como também
o cantor grego Demis Roussos, sob nome de White Wings, com letra em inglês.
O
então Governador de Pernambuco Eraldo Gueiros Leite, seriamente preocupado com
o clima de discórdia e violência reinante em Exu, pediu para que Luiz Gonzaga
tentasse apaziguar os conflitos entre famílias tradicionais daquela cidade.
Neste mesmo ano por iniciativa da Prefeitura do Município de Serrita, foi
erigida a estátua de Raimundo Jacó, esculpida por Jota Mendes, artista de
Petrolina.
Também
neste ano grava seu primeiro LP pela Emi Odeon.
1974
É
construído o Parque Nacional do Vaqueiro, e criada em 24 de Outubro desse mesmo
ano a Associação dos Vaqueiros do Alto Sertão Pernambucano.
1975
Luiz Gonzaga reencontra Edelzuíta, o
grande amor da fase final de sua vida.
1976
O
Projeto Minerva dedica um especial à obra de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano
grava seu primeiro compacto simples de 33 rpm pelo selo Jangada, com a
música Samarica Parteira de Zé Dantas. A música ocupou as duas faces do
disco.
1977
Estréia
no "Seis e Meia", no Teatro João Caetano ao lado de Carmélia
Alves. O sucesso é total, inclusive com grande afluência de jovens ao Teatro.
1978
É
lançado no mercado um disco como forma de menção especial a Luiz Gonzaga, - a
Grande Música do Brasil, a Grande Música de Luiz Gonzaga, pela Copacabana,
produzido por Marcus Pereira com arranjos e direção de orquestra a cargo do
maestro Guerra Peixe. É uma versão sinfônica de clássicos da obra de Luiz
Gonzaga. Foi também o ano da morte de Januário, no dia 11 de Junho.
1979
Morre
o compositor, advogado e instrumentista Humberto Teixeira. E Luiz Gonzaga
grava o Disco Eu e Meu Pai em homenagem a Januário.
1980
Em
Fortaleza, depois de ser literalmente atropelado pêlos seus fãs e por fiéis da
igreja, Luiz Gonzaga canta para o Papa João Paulo II. Recebe do sumo pontífice
a expressão - Obrigado Cantador. Foi um dos mais emocionantes e gratificantes
momentos da vida do sanfoneiro, que novamente pensou em candidatar-se a
política, mas desistiu aconselhado por amigos.
1981
A
RCA Victor presta-lhe significativa homenagem pelo marco de seus 40 anos de
carreira, com o lançamento do disco A Festa:
Apresenta-se
no festival de verão do Guarujá, na praia de Pitangueiras, ao lado do
veterano Osmar Macedo, co-fundador do Trio Elétrico Dodô e Osmar. Neste
mesmo ano visita o então Presidente da República Aureliano Chaves, pedindo-lhe
que intervenha em Exu, devido às rixas entre as famílias Saraiva, Alencar e
Sampaio, fato que acontece poucos dias depois terminando com uma rivalidade que
já durava alguma décadas.
E
através do decreto do poder executivo estadual 7.549, de 09 de novembro
de 1981, foi nomeado interventor de Exu o major PM Jorge Luiz de Moura, decreto
este publicado no Diário Oficial número 209, do dia 10 de novembro.
Grava
Junto com Gonzaguinha o Disco Descanso em Casa , Moro no Mundo. Os dois fizeram
juntos incríveis apresentações por todo Brasil.
1982
Atendendo
convite da cantora Nazaré Pereira, viaja para a França apresentando-se em Paris
no teatro Bobinot. A cantora fazia sucesso com a música Cheiro da Carolina e
decidiu levar o Rei para a França o conhecer. Na platéia, entre outros, estavam
Maria Bethânia, Celso Furtado e o ex-ministro Nascimento e Silva.
A partir desse ano, Luiz Gonzaga
passa a assinar como Gonzagão quase todos os seus disco, forma como havia sido
chamado por ocasião de sua turnê com Gonzaguinha.
1983
Lança
o disco 70 anos de sanfona e simpatia.
1984
Gonzaga recebe o primeiro disco de Ouro com o LP Danado de Bom, no qual tinha João Silva por principal parceiro, e que receberia um segundo Disco de Ouroem seguida. João Silva
seria seu grande parceiro, a partir de então. Gonzaga recebe o Prêmio Shell.
Gonzaga recebe o primeiro disco de Ouro com o LP Danado de Bom, no qual tinha João Silva por principal parceiro, e que receberia um segundo Disco de Ouro
Luiz Gonzaga canta no disco de Gal
Costa - Profana em uma faixa em homenagem a Jackson do Pandeiro. Grava seu
primeiro LP com o Cearense Raimundo Fagner.
1985
É agraciado com o troféu Nipper de Ouro. Além dele, somente o cantor Nelson Gonçalves recebe tal troféu.
É agraciado com o troféu Nipper de Ouro. Além dele, somente o cantor Nelson Gonçalves recebe tal troféu.
1986
Luiz Gonzaga participa do festival de
música brasileira na França, Couleurs
Brésil, evento que inaugura o
programa dos anos Brasil-França 86-88. O Rei do Baião apresentou-se na Grande Halle de La Villette no show de encerramento, junto com outros
artistas brasileiros, para um público aproximado de 15 mil pessoas.
O LP Forró de Cabo a Rabo, deu a
Luiz Gonzaga dois discos de ouro.
1987
Luiz Gonzaga, o Gonzagão, recebe pela
RCA o primeiro disco de platina de sua carreira, com o LP Forró de Cabo a Rabo,
lançado em 1986.
1988
A RCA Victor lança uma caixa luxuosa com cinco LPs, batizada de 50 Anos de Chão, produzida por José Miltom, cobrindo a carreira de Gonzaga desde as primeiras gravações instrumentais. Fagner produz o segundo LP de encontro com o Rei.
A RCA Victor lança uma caixa luxuosa com cinco LPs, batizada de 50 Anos de Chão, produzida por José Miltom, cobrindo a carreira de Gonzaga desde as primeiras gravações instrumentais. Fagner produz o segundo LP de encontro com o Rei.
Luiz Gonzaga assina contrato com a
gravadora Copacabana, que lançaria os últimos quatro LPs de sua carreira.
Em junho pede o desquite, separa-se
de Helena, e assume o relacionamento com Edelzuíta Rabelo.
1989
Grava seu primeiro LP pela Copacabana, seguidos de mais três LPs, que seriam os últimos de sua carreira. No dia 06 de Junho, Luiz Gonzaga sobe pela última vez num palco, com o auxílio de uma cadeira de rodas. A platéia presente no teatro Guararapes no Centro de Convenções no Recife não podia prever que não mais veria o Velho Lua. Ao lado de Dominguinhos, Gonzaguinha, Alceu Valença e vários outros amigos e parceiros, e desobedecendo à ordens médicas. Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de Agosto de 1989, às 05.15hs, no Hospital Santa Joana, no Recife, onde dera entrada há 42 dias. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa do Estado e o Governo de Pernambuco decretou luto oficial por três dias.
Grava seu primeiro LP pela Copacabana, seguidos de mais três LPs, que seriam os últimos de sua carreira. No dia 06 de Junho, Luiz Gonzaga sobe pela última vez num palco, com o auxílio de uma cadeira de rodas. A platéia presente no teatro Guararapes no Centro de Convenções no Recife não podia prever que não mais veria o Velho Lua. Ao lado de Dominguinhos, Gonzaguinha, Alceu Valença e vários outros amigos e parceiros, e desobedecendo à ordens médicas. Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de Agosto de 1989, às 05.15hs, no Hospital Santa Joana, no Recife, onde dera entrada há 42 dias. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa do Estado e o Governo de Pernambuco decretou luto oficial por três dias.
No dia 13 de dezembro, Gonzaguinha, Fagner,
Elba Ramalho, Domiguinhos, Joãozinho do Exu e Joquinha Gonzaga cantam à meia
noite parabéns para Luiz Gonzaga, em Show realizado em Exu. Nesse
mesmo dia, pela manhã, foi inaugurado em Exu por Domiguinhos e Gonzaguinha o
Museu do Gonzagão.
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Amanhã 14/12 Gang 90
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