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04/12/2011
Este domingo, dia 4 de dezembro, marca o sexto aniversário da morte do Monsenhor Murilo de Sá Barreto, que aconteceu em Fortaleza. A notícia do seu falecimento causou grande consternação e pessoas dos mais diversos lugares vieram aos municípios de Barbalha, sua terra natal, e Juazeiro do Norte participar dos funerais. Quando da chegada do corpo na tarde de um domingo no Aeroporto Regional do Cariri a emoção foi grande.
Uma das maiores manifestações dos últimos tempos foi observada pelas ruas e avenidas por onde passou o cortejo fúnebre na direção de Barbalha. A multidão que se encontrava no aeroporto seguiu no cortejo de carro, moto, bicicleta ou a pé e ao longo da Avenida Castelo Branco, por exemplo, milhares de pessoas se postavam de um lado e outro. Os acenos de adeus ou com lenços e aplausos marcaram àquela tarde inesquecível.
O professor aposentado da Universidade de Brasília, Geová Sobreira, destacou em seu artigo “Seis Anos de Saudades”, publicado no Juanorte, que a ausência do sacerdote se torna cada vez mais sentida no vácuo deixado na história viva de Juazeiro. “Foi uma geração inteira de partilha, de entrega, de vida em comum, ensinando do púlpito da Matriz de Nossa Senhora das Dores, da Capela do Socorro e da cátedra da Escola Normal Rural de Juazeiro, a dignidade da vida cristã construída sob a tutela da verdade e dos preceitos ensinados pelo Padre Cícero”, escreveu.
Para o jornalista Jota Alcides, no seu editorial “Saudades do Padre Murilo, Bispo dos Romeiros”, como sucessor do Padre Cícero, com quem tinha profunda identificação na dedicação e atenção aos romeiros e no intenso amor ao Juazeiro, Padre Murilo tornou-se uma celebridade do Juazeiro e chegou ao final de sua vida respeitado e reverenciado como principal autoridade da Igreja Católica na região. “Uma espécie de bispo "in pectore" dos romeiros do Nordeste apresentando qualidades e virtudes de quem poderia ter sido o primeiro bispo do Juazeiro se o Vaticano tivesse tido a sensatez ainda esperada de criar a Diocese sonhada por Padre Cícero”, acrescentou.
O Monsenhor Murilo nasceu em Barbalha no dia 31 de outubro de 1930 e foi ordenado padre no dia 15 de dezembro de 1957 em cerimônia oficiada por Dom Francisco de Assis Pires, Bispo da Diocese do Crato. Iniciou suas atividades religiosas na Matriz de Nossa Senhora das Dores em 6 de fevereiro de 1958, como vigário cooperador, auxiliando o vigário, Monsenhor José Alves de Lima. No dia 28 de fevereiro de 1967 assumiu a função de Vigário da mesma matriz, nela permanecendo até morrer, no dia 4 de dezembro de 2005.
Foram quase 50 anos de dedicação à vida religiosa sempre na mesma Paróquia. Trabalhou incansavelmente pela comunidade juazeirense, dedicando também especial atenção aos romeiros de Nossa Senhora das Dores e do Padre Cícero. Ficou conhecido como Vigário do Nordeste. Foi também professor, radialista e escritor, tendo deixado várias obras publicadas, inclusive uma sobre o Padre Cícero, de quem era profundo admirador.
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