Maquinário está sem funcionar há 11 anos e encontrase sucateado. (Foto: Elizângela Santos) |
Não há previsão de funcionamento da Usina Cariri, antiga Manoel Costa Filho. A Agência
de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), que há mais de dois anos comprou, por
meio de leilão, o equipamento com o maquinário sem funcionamento por 11 anos, por R$
15,4 milhões, ainda negocia uma nova empresa que possa adquirir a agroindústria.
Os investidores de vários estados e do Sudeste do País interessado, assinaram no último
mês de novembro, em regime de comodato com o governo estadual, documento para
realizar uma avaliação inicial para retomar a produção, com o funcionamento previsto a
partir de 2016.
O Estado teria uma parcela nos lucros para compensar os investimentos
realizados.
O prazo do período do contrato praticamente expirou e não se sabe ao certo ainda se os
empresários iniciais vão assumir a usina. A Adece continua realizando encontros com novos
empreendedores para obter propostas de reabertura da agroindústria. Esta semana foi
realizada reunião com mais uma empresa.
No ano passado, foi realizada uma limpeza interna e iniciado o processo de avaliação do maquinário antigo e os investimentos que poderiam retomar a produtividade. (Foto: Elizângela Santos) |
Aprofundamento
Enquanto isso, a agência destaca a importância de estudos mais aprofundados a respeito
das novas cultivares de canadeaçúcar para a região, além de uma avaliação das
condições de funcionamento do local, inicialmente estimada, só na recuperação do
maquinário, em mais de R$ 35 milhões.
A atual empresa, que esteve nos últimos meses
realizando esse levantamento, chegou a uma previsão de investimentos de cerca de R$ 50
milhões, segundo o assessor técnico da agroindústria, Elias Ferrer, projetista mecânico.
Enquanto isso, agricultores da região, que começavam a ficar esperançosos com a
possibilidade de trabalhar no local, agora estão sem perspectiva, segundo o secretário de
Desenvolvimento Agrário de Barbalha, José Elismar de Vasconcelos.
Previsão
Os novos investidores até chegaram a adquirir a Usina Cariri II, por R$ 24 milhões, em
Ubajara, e continuam investindo naquela região.
Já adquiriram equipamentos da antiga
Acinbel, em Crato, para serem recuperados e encaminhados para a serra da Ibiapaba.
Uma
nova área está sendo negociada em parceria com administração municipal local, para
instalar um projeto mais amplo, onde se prevê a construção de galpões para armazenar o
açúcar produzido, além do fortalecimento do setor alcooleiro no Estado do Ceará.
A
previsão que se tinha para este ano era de produzir 6 milhões de litros de álcool, levando a
competitividade ao mercado estadual, com possível redução do valor do combustível nas
bombas.
Mas a produção de matériaprima na região da Ibiapaba está sendo reativada com
plantio de novas cultivares.
Para Ferrer, que está atualmente no processo de recuperação de novas máquinas,
adquiridas pelos empresários que, inicialmente, entraram na negociação para retomada da
usina, os investimentos do grupo continuam sendo realizados e se aguarda novo
posicionamento da Adece e dos empresários que iniciaram o processo.
Mas, de antemão, o
diretor comercial da empresa, Henrique Santana, afirma que não há previsão para que a
produção seja retomada no Cariri.
O diretor de agronegócio da Adece, Sílvio Carlos Ribeiro, afirma que já foi feito o estudo de
viabilidade técnica da usina, e existem empresas interessadas na parceria.
Mas,
inicialmente, ele afirma que é preciso o retorno de produção da cana na região.
Atualmente,
boa parte das terras, até mesmo no entorno da usina, em Barbalha, está ocupada com a
cultura da banana, que se fortaleceu nos últimos anos, com o declínio da agroindústria, que
desde 1976 atuava na região e teve o seu auge de produção nos anos 80 e começo da
década de 90.
A maioria das empresas que se propõem a assumir a agroindústria é de empreendedores
do sudeste do País.
Silvio destaca a necessidade de se fazer na região um trabalho que
tenha sustentabilidade e para isso é necessário realizar uma larga produção de matériaprima,
para suprir o mercado.
Sílvio sugere não apenas a região como área de produtividade da cana, mas interior do
Pernambuco e Paraíba, com áreas mais próximas ao Estado cearense. O potencial de
produção fará parte de um estudo que envolve órgãos técnicos do Estado, desde as
condições relacionadas aquífero, já que a produção virá por meio de irrigação.
O diretor ainda disse que continuidade da usina com esses primeiros interessados em
investir na região, só dependerá dos próprios empresários, a maior parte deles do sudeste e
até do exterior.
Para ele, nesse momento há fatores que acabam dificultando um pouco o processo como a crise hídrica, com os últimos anos de chuvas abaixo da média, além das
condições econômicas atuais do Brasil.
Outro aspecto seria a produtividade da canadeaçúcar na própria região, que praticamente
está estagnada. A aposta está em novas cultivares e pesquisas são realizadas no estado
com essa finalidade.
A empresa que denominou a Usina Manoel Costa Filho, de Usina
Cariri ocupou o espaço da empresa em novembro do ano passado, onde realizou uma
limpeza e iniciou o processo de avaliação do maquinário antigo e os novos investimentos
que poderia realizar para colocar o local em pleno funcionamento.
Com novo CNPJ, foi realizada solenidade na própria agroindústria para receber o nome de
Usina Cariri. A reunião contou com a presença de representantes do setor canavieiro do
Cariri e instituições agrárias, empresários, além da administração local, agentes
financiadores, exfuncionários e Governo do Estado do Ceará.
No planejamento feito no ano passado, a previsão de investimentos para os próximos cinco
anos era de R$ 176 milhões, com meta de gerar 1.200 empregos diretos e 2.500 indiretos.
Mais informações:
Usina Cariri Rodovia CE 060
Secretaria de Desenvolvimento
Agrário de Barbalha
Rua Adão Apolinário,106
Telefone: (88) 3532.1189
Fonte Diário do Nordeste
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