Manifestantes que pedem o impeachment de Dilma Rousseff começaram a se concentrar
na manhã deste domingo em diversas cidades para os protestos que deverão testar o
fôlego político da presidente Dilma Rousseff.
Organizadores das manifestações, convocadas principalmente pelas redes sociais,
prometem protestos em centenas de cidades no país e no exterior em meio à desaprovação
recorde da presidente nas pesquisas de opinião.
No início da manhã, já havia concentração de manifestantes em Brasília e algumas capitais
brasileiras, como Recife, Belém, Maceió e Belo Horizonte.
Linha de PMs cerca o Congresso Nacional, em Brasília. (Foto: Rubens Valente/Folhapress) |
A concentração no início da manhã em Brasília ocorre perto do Museu da República. A
expectativa é de que os manifestantes sigam em passeata pela Esplanada dos Ministérios
até o Congresso Nacional.
No Rio de Janeiro, onde os protestos também deverão ocorrer, muitas pessoas
caminhavam pela orla da praia de Copacabana, com roupas com as cores da bandeira
brasileira.
Diante dos protestos, a presidente decidiu permanecer em Brasília neste fim de semana
acompanhada por ministros do núcleo da coordenação política para monitorar as
manifestações.
Dilma poderá designar um de seus auxiliares diretos para fazer uma avaliação oficial dos
protestos, informaram duas fontes do governo.
De acordo com uma das fontes consultadas, o governo considera que haverá "grande"
adesão aos movimentos e que isso ocorrerá devido ao contexto marcado pelo
aprofundamento da recessão, aumento do desemprego, baixa popularidade da presidente e
agravamento da crise política.
Reforça essa avaliação, conforme uma segunda fonte consultada, a deflagração na quintafeira
da 18ª etapa da operação Lava Jato, desta vez envolvendo o Ministério do
Planejamento.
Paralelamente, Dilma tem afirmado em discursos e entrevistas que não renunciará ao cargo
e tem ainda pregado um respeito à democracia e ao resultado das eleições.
Manifestação contra o governo Dilma na av. Atlântica, em Copacabana. (Foto: Ricardo Borges/Folhapress ) |
No front da relação com o Congresso, tem buscado uma aproximação com o Senado,
especialmente com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDBAL), diante de uma
situação na Câmara dos Deputados classificada de "inadministrável" por um importante
parlamentar da base aliada.
Segundo pesquisa Datafolha, 71 por cento dos entrevistados para a sondagem consideram
o governo Dilma ruim ou péssimo e 66 por cento são favoráveis ao impeachment.
Dilma conseguiu algum fôlego nesta semana, após seu governo fazer uma aproximação
com o Senado e de obter decisões favoráveis no Tribunal de Contas da União e no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
Também contribuiu para o alívio a Dilma o diálogo e o apoio que
ela teve de movimentos sociais.
Ainda assim, a presidente tem pela frente processos que podem resultar na cassação de
sua chapa presidencial na eleição do ano passado pelo TSE e a análise das contas de seu
governo no ano passado pelo TCU.
Caso o órgão de contas emita um parecer ao Congresso Nacional recomendando a rejeição
das contas, a decisão pode dar força aos partidários da abertura de um processo de
impedimento da presidente.
Fonte: Diário do Nordeste |
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