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08/12/2011
Fonte Jarbas Rocha
Colaborador Dudu Souza RN
A Juiza da comarca de Assu “Drª Suzana, concedeu liberdade provisória ao professor aposentado, Francisco Basilio Neto, de 60 anos de idade, preso no início do mes de Outubro, acusado de maus tratos e violência contra sua própria família, no sítio Boa Vista, zona rural do município. O professor “Chiquito” estava preso no Centro Provisório de Detenção masculino da cidade e foi liberado no dia de ontem.
Vejam a matéria da Época:
Um professor aposentado foi preso na noite de quarta-feira, cinco, acusado de manter presos quatro filhos e a esposa havia vários anos. Eles viviam em uma pequena casa no sitio boa vista na zona rural da cidade de Assu, distante cerca de 40 km do Centro, em péssimas condições.
O aposentado, que aparentemente não tem problemas psicológicos, nega a acusação. A denúncia foi feita pelos familiares de Maria Aparecida Filgueira Basílio, que tem 44 anos e é casada com Francisco Basílio Neto, de 60 anos. A relação dos dois gerou seis filhos. O mais novo tem nove, e o mais velho, 25. Segundo Diógenes Galdino Figueiredo, irmão de Maria Aparecida, a família não sabe ao certo quanto tempo ela e os filhos eram mantidos em cárcere privado. Ele conta que morava fora da cidade e não tinha conhecimento dessa situação, mas todos na família sabiam que ela e os filhos sofriam maus-tratos. A denúncia partiu justamente dele, logo após saber do caso.
A mãe de Maria Aparecida, dona Francisca Galdino Nogueira, disse que foi procurada pelos outros filhos, que pediram para ela tomar uma providência. Dona Francisca também morava no sítio Boa Vista, onde Francisco residia com os filhos e a esposa. As casas ficam a poucos metros, mas ela diz que só soube da real situação recentemente, quando resolveu visitar a filha e ver como eles estavam vivendo. “Essa situação acontece desde quando eles casaram. Ela era ciumenta e ele batia nela. Assim ela me dizia. Já nesta noite (terça-feira passada, dia da prisão) ela disse que ele bateu nela de novo.
Francisco Basílio Neto foi preso no fim da tarde de terça-feira passada, em casa.
Familiares de Maria Aparecida foram à casa com policiais militares, que constataram os maus-tratos. Segundo o delegado Cláudio Ferreira da Silva, que responde pela Polícia Civil em Assú, o suspeito foi autuado em flagrante pelo crime de cárcere privado, cuja pena pode variar entre dois e oito anos. De acordo com ele, as cenas encontradas pelos policiais militares eram extremamente chocantes.
Os meninos estavam sujos, sem roupa, apresentando inúmeros problemas físicos e psicológicos, assim como a mãe.Na pequena casa, que tem apenas um quarto, viviam Maria Aparecida e Francisco Basílio, juntos com os filhos Silmara de Figueiredo Basílio, de 18 anos, Evanildo Figueiredo Basílio, 24, e mais dois ainda menores de idade, uma menina com nove e outra com 13 anos. “As meninas não conseguem nem falar. Foram criadas feito um bicho. É uma situação horrível. Quando os policiais chegaram lá, a situação era deplorável. A mãe tinha até bicho na cabeça”, relembra o delegado, que diz ter tentado conversar com Maria, “mas ela não tinha condições de falar.Também tinha problemas psicológicos”. Os quatro filhos e a mãe foram levados para o Hospital Regional de Assú, no qual foram submetidos a uma série de exames físicos e psicológicos. Até ontem à tarde, todos continuavam no hospital, até que haja uma decisão judicial sobre qual será o futuro dos filhos e da mãe.
O delegado Cláudio Ferreira dará continuidade às investigações e diz acreditar que a família era mesmo mantida em cárcere privado, pelo que havia sido colhido até ontem à tarde, apesar de o suspeito negar que mantivesse presa a família ou maltratasse alguém.Um dos filhos foi criado dentro do guarda-roupa. A família vivia em situação de extrema pobreza e pelo menos um dos filhos teve uma criação diferente dos demais. Iranildo de Figueiredo Basílio, que tem 25 anos e é um dos que foram retirados da casa à força pela mãe de Maria Aparecida, dona Francisca Galdino, foi criado dentro de um pequeno guarda-roupa. Ele passou boa parte da sua vida dentro do móvel, no qual passava praticamente o dia inteiro.
Após a prisão do pai e o resgate da mãe e dos filhos, os dois filhos que tinham fugido de casa, Lauro e Iranildo de Figueiredo Basílio, com 22 e 25 anos, respectivamente, voltaram à sua antiga casa para cuidar do que restou.
O segundo, que apresenta visíveis problemas mentais, contou à reportagem, meio envergonhado, que realmente morou em um guarda roupa, que ainda hoje está na casa. Ao ser indagado a respeito do motivo de ter crescido dentro do guarda-roupa, ele não soube dizer. Mostrou-se desconfortável com o assunto e não se lembrava nem quanto tempo passou vivendo no guarda-roupa.O mais novo, aparentemente melhor psicologicamente, saiu mais cedo de casa. Ele morava com a avó materna havia cerca de seis anos. O outro saiu de casa fazia cerca de seis meses. Da porta de casa, os dois conversaram com a reportagem.
O mais novo confirmou que o irmão foi criado no móvel e, ao serem questionados sobre a prisão do pai, os dois mostraram-se desconfortáveis. Os dois não falam abertamente sobre os supostos maus-tratos sofridos pelos irmãos e pela mãe, mas reconhecem que o pai era mesmo violento.
“Ele foi criado na violência, né? Apanhava muito dos pais e por isso ficou violento também”, minimizou Lauro Basílio.Lauro até disse que ficou espantado ao saber que o pai havia sido preso, acusado de manter a família em cárcere. Ele conta que fugiu de casa muito cedo, com a ajuda da avó materna, e que não tinha conhecimento do que acontecia em sua casa, por isso se espantou com a prisão do pai.
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