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17/01/2012
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O capitão do Costa Concórdia, Francesco Schettino, reiterou nesta terça-feira que não abandonou o navio após ele tombar durante naufrágio causado por um choque contra rochas na costa da Ilha de Giglio, na Itália, na sexta-feira. Em depoimento de três horas perante a juíza de instrução Valeria Montesarchio, Schettino afirmou que foi lançado ao mar em algum momento depois do choque e não conseguiu voltar à embarcação pelo fato de ela ter ficado em um ângulo de 90 graus após a colisão.
chettino foi detido no sábado sob acusação de homicídio culposo múltiplo (sem intenção de matar), naufrágio e abandono do navio, crimes pelos quais pode ser condenado a até 15 anos de prisão. Ele nega as acusações. O acidente teria sido causado pela decisão do capitão Schettino de homenagear colegas aproximando a embarcação da ilha no litoral da Toscana, onde bateu e posteriormente encalhou. Após a promotoria ter pedido a prisão preventiva do capitão, a juíza decidiu decretar sua prisão domiciliar.
De acordo com o advogado de Schettino, durante as várias horas de interrogatório, o capital manteve que é inocente perante a juíza de instrução. "Ele defendeu seu papel na direção do navio depois da colisão, o que, em sua opinião, salvou centenas, senão milhares de vidas", disse Bruno Leporatti.
Os promotores, entretanto, disseram que o depoimento de Schettino não muda o caso contra ele. De acordo com o procurador Francesco Verusio, a companhia proprietária da embarcação, Costa Cruzeiros, admitiu que houve "erro humano" e que o capitão não respeitou o regulamento, aproximando-se até 150 metros da costa.
O depoimento do comandante ocorreu no mesmo dia em que equipes de resgate que trabalham para achar as vítimas encontraram cinco corpos dentro da embarcação, elevando para 11 o número de mortos na tragédia. O número aumentou depois de mais cinco corpos terem sido encontrados em embarcação nesta terça-feira. Antes dessa contagem, havia 29 desaparecidos.
Contradição
O depoimento do comandante à juíza é incoerente com gravações da caixa preta do navio e de ligações telefônicas divulgadas pela imprensa italiana que indicam que o capitão teria ignorado uma ordem da guarda costeira italiana para retornar ao navio e coordenar a retirada dos passageiros e tripulantes.
Inconsequência: Capitão ignorou ordem de retornar ao navio, diz imprensa italiana
De acordo com os relatos publicados, em uma conversa com a guarda costeira várias horas após o navio se chocar com a rocha que provocou seu naufrágio, Schettino dá respostas evasivas, sugerindo que não estava no controle da retirada dos ocupantes do navio.
Segundo o jornal Corriere della Sera, a guarda costeira perguntou ao capitão quantos ainda estavam a bordo. Embora a embarcação estivesse cheia, o comandante respondeu que apenas entre 200 e 300.
A resposta levantou suspeitas e a guarda costeira perguntou se ele tinha deixado o navio. Schettino teria dito que sim. "O que você está fazendo? Está abandonando o resgate? Capitão, isto é uma ordem, estou no comando agora. Você declarou 'abandonar o navio'", afirma o oficial da guarda costeira a Schettino em determinado momento da conversa.
Ao ouvir do oficial que já havia corpos encontrados, Schettino pergunta quantos e ouve como resposta: "Isso é para você me dizer. O que você está fazendo? Quer ir para casa?", questiona o interlocutor.
O comandante garantiu que voltaria ao navio, mas testemunhas e investigadores que cuidam do caso afirmam que ele não voltou e disseram que ele pegou um táxi em direção a um hotel.
O Costa Concordia naufragou na costa italiana na noite de sexta-feira, com mais de 4,2 mil a bordo, incluindo cerca de 1 mil tripulantes.
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