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Polícia
"Tiroteio em Frente a catedral da Sé"
Morador de rua que tentou ajudar foi morto e PM atirou em suspeito. (Foto: Reprodução/Band) |
Policiais militares mataram um homem que mantinha uma mulher refém na tarde desta
sexta - feira (4) em frente à Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, de acordo com a
corporação.
Um morador de rua que tentou ajudar a vítima também morreu.
O caso aconteceu por volta das 14h10 nas escadarias da catedral, na Praça da Sé.
Segundo a PM, o homem ameaçava a mulher com uma arma.
Ela contou que foi abordada
dentro da igreja, enquanto rezava, e acredita que o homem fugia da polícia.
Eles saíram
juntos da catedral.
As imagens mostram o homem com a mulher no topo da escadaria. Em seguida, um
morador de rua se aproximou por trás e avançou contra o criminoso, que abraçava a refém.
Ele conseguiu empurrar o suspeito, que pega a arma e atira no morador de rua. Em
seguida, é possível ouvir os disparos dos policiais e o criminoso cai morto.
Veja o vídeo abaixo:
A mulher mantida refém disse que ficou machucada no olho e na cabeça "por causa da
pancada" ela foi agredida pelo criminoso.
Um homem que vendia terços em frente à
catedral foi atingido no braço por um tiro de raspão. Ele não quis receber atendimento
médico.
O major Emerson Massera, portavoz da PM, diz que o criminoso era Luiz Antônio da Silva,
de 49 anos, e já tinha cumprido pena de 22 anos.
Ele tinha passagens na polícia por roubo,
furto, dano, lesão corporal, tráfico e fuga da cadeia.
O morador de rua era Francisco
Erasmo Rodrigues de Lima, de 61 anos.
O caso será registrado no 1º Distrito Policial, na
Sé.
Segundo Massera, caberá à perícia dizer se o morador de rua foi atingido por disparos da
Polícia Militar, mas ele considera essa hipótese remota.
"A sensação que a gente tem
vendo as imagens é que quem acerta o morador de rua é o bandido.
O barulho dos
disparos, inclusive, é diferente, de 38 e de ponto 40", disse.
Ele afirma que é possível ver que, após receber os disparos, o homem permanece em pé
por certo tempo, outro sinal de que não recebeu tiros da polícia.
"Se ele tomasse tiro de
ponto 40 [armamento usado pela PM], cairia na hora."
Massera disse que, diante do risco de morte de outras pessoas, mais de dois policiais
atiraram contra o homem que mantinha a mulher refém.
Ele afirmou ter sido possível ouvir
pelo menos 13 disparos, mas não descarta a possibilidade de terem sido mais.
"Os policiais
atiraram simultaneamente por haver risco de morte", afirmou.
Segundo Massera, a polícia já havia cercado o local e estava negociando com o homem a
libertação da refém, mas o morador de rua conseguiu furar o cerco.
"Tinha todo um aparato
no local, que estava isolado", afirmou.
Testemunha
O supervisor de vendas Ricardo Ferreira Silva estava no horário de almoço e presenciou o
crime.
Ele contou que a mulher conseguiu sair correndo quando o morador de rua se jogou
contra o suspeito. Ela se abrigou atrás de uma pilastra da catedral.
A mulher teve
ferimentos na cabeça porque, de acordo com a testemunha, levou coronhadas. “Parecia
cena de filme”, afirmou Silva.
Duas armas estavam na escadaria, ao lado dos corpos, por volta das 16h10. Os peritos
concluíram os trabalhos e os corpos foram retirados às 17h30.
Tanto o criminoso quanto o
morador de rua eram conhecidos na região da Sé, segundo testemunhas ouvidas pela
reportagem. De acordo com os relatos, Francisco Lima pedia dinheiro no entorno da praça e
dormia em um abrigo.
Em nota, o padre Luiz Eduardo Baronto, da Cúria da Catedral da Sé, lamenta as mortes e
diz que “o triste acontecimento nos fala de modo trágico de como a violência não é solução
para resolver situações de conflito, quaisquer que elas sejam”.
Ele afirma que “na catedral,
rezamos em sufrágio dos que perdem a vida nas tragédias e violências de todos os dias” e
que convida a todos para “suplicar a Deus para que a paz se restabeleça em nossa cidade
e cenas com essa não venham se repetir”.
Fonte G1 SP |
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