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domingo, 28 de outubro de 2012

Casas de farinha passam por processo de modernização

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ELLEN FREITASCOLABORADORA

DIARIO DO NORDESTE

Casas de farinha do distrito de Peixe, localizado na cidade de Russas, no Vale do Jaguaribe. Produtores já estão contando com equipamentos que dão melhores condições de trabalho devido à sua mecanização (Foto: Reprodução)


Russas A farinha é um dos principais alimentos presentes na cultura brasileira, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde há maior parte da produção nacional, cerca de 40%. Atualmente, o setor das casas de farinha no Ceará passa por um processo de modernização e mecanização, oferecendo melhores condições de trabalho. Com o projeto de revitalização, hoje, estão modernizadas cerca de 130 casas de farinha.


Em grande parte dos casos, o alimento é produzido de forma artesanal nas casas de farinha, como são conhecidas as pequenas unidades fabris organizadas por famílias de pequenos produtores, para o processamento da raiz. Essas pequenas fábricas chegavam a mobilizar comunidades inteiras nos chamados "desmanchas", quando a mandioca era colhida, e daí era produzida a farinha. Todo o processo era realizado manualmente, iniciando com a colheita, raspagem, prensagem, peneira e forno.

Essa forma artesanal de produção não era adequada para garantir a qualidade exigida na comercialização do produto no mercado, segundo informou O coordenador de núcleo do Projeto de Modernização e Fortalecimento do Setor da Mandiocultura no Ceará, Marcílio Melo. Diante disso, o governo precisou intervir criando projeto de mecanização dessas pequenas fábricas para estimular os produtores a ofertarem uma farinha de melhor qualidade para ser coloca no mercado, diminuindo as importações do produto.


De acordo com dados do senso agropecuário, em 2010, as lavouras temporárias de mandioca no Estado produziram 620.964 toneladas da raiz, cultivadas em 109.155 ha, com um rendimento médio de 5.688 kg de mandioca por hectare. Porém, inverso a essa realidade, grande parte da farinha consumida no Ceará é importada de outros estados do Nordeste, ficando em torno de 80% de todo produto consumido, neste mesmo ano.


Ainda sem um levantamento preciso, o coordenador afirma que esse número de importação caiu e que hoje é possível encontrar em supermercado farinha de boa qualidade sendo produzida por essas novas fábricas modernizadas. "Em Pacajus, a produção da farinha já rendeu positivamente para os produtores", afirma ele.

Antes da instalação do projeto, em 2007, dava-se conta de cerca de 3 mil casas de farinha artesanais em todo o Estado. Marcílio conta que, diante das dificuldades de venda do produto, a forte estiagem nos últimos 10 anos e falta de mão-de-obra e alto custo da produção, esse número foi muito reduzido.

Benefício

O projeto do Governo do Estado, em vigor há cinco anos, é realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), e já beneficiou vários pequenos produtores de farinha em diversos municípios de todo o Ceará.

"A produção não está na quantidade que esperávamos por conta da estiagem, mesmo sendo cultivadas as novas mudas que diminuem o ciclo da mandioca", lamenta ele.

Ciclos
Marcílio explica que a nova variação da mandioca é precoce. Na muda comum o ciclo costuma durar 18 meses. Já no manejo precoce, o ciclo fica entre 10 e 12 meses. Dessa forma, o produtor colhe uma quantidade maior de matéria-prima em menos tempo. É uma vantagem para ele.

A nova muda foi introduzida no Estado pelo Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), em 2008, que cultivava essa variação de mandioca na Serra de Araripina. A distribuição para os produtores cearenses é feita por meio do programa de distribuição de sementes. Ano passado, foram distribuídos cerca de oito mil metros cúbicos da planta. Para o próximo ano está prevista uma distribuição de 12 mil metros cúbicos.

Várias associações nos município de Aracati, Icapuí, Crateús, Cascavel, Pacajus, Russas, Palhano e diversas outras cidades estão com as casas de farinha modernizadas e já produzem a nova variação da mandioca. No entanto, a falta de chuva neste último ano prejudicou a produção da matéria-prima e muitas casas de farinha estão paradas em decorrência da estiagem.

É o caso da casa de farinha da Associação Comunitária de Fradinho, localizada no município de Russas. De acordo com o presidente da associação, Raimundo de Moura, neste ano, a produção de farinha foi para o próprio consumo na comunidade. "Não tivemos matéria-prima suficiente para produzir farinha para venda", lamenta ele.


Famílias se reúnem para produção em Russas

Russas O distrito do Peixe, neste município, ainda tenta manter, mesmo com dificuldade, as tradicionais farinhadas, que deram à comunidade destaque local na produção de farinha de mandioca. Atualmente, pouco sobrou dessa tradição, das 12 casas de farinha existentes na época de auge da produção somente duas funcionam, deixando os produtores sem perspectiva para continuação do ofício.


O distrito do Peixe está localizado a 18 Km da sede de Russas e atualmente 202 famílias vivem no local. Durante muitos anos, como em grande parte dessas localidades, a principal fonte de renda e de sustento das famílias vinha da agricultura familiar. Além do cultivo para subsistência, alguns produtos eram comercializados com outros produtores e até no Centro da cidade. Atualmente, com a expansão da agricultura irrigada e a instalação de indústrias, pouco se produz na comunidade.

Historicamente, a região que abrange este distrito e as localidades de Santa Terezinha, Sussuarana e Lagoa dos Cavalos, era famosa pelo cultivo da mandioca. A farinhada, como era conhecido todo o processo de produção da farinha, reunia comunidades inteiras na partilha do trabalho. "Antigamente quando a gente tinha inverno, em muita terra se plantava a maniva, quase todo mundo plantava, hoje acabou tudo", lamenta o agricultor Joaquim de Sena, de 63 nos, que viveu essa realidade.

Ele era o responsável pelo frete da matéria-prima. Da roça para as casas de farinha existentes na comunidade, ele chegou a transportar em sua carroça a raiz para todas as 12 casas existentes na época, em meados dos anos de 1980. Nesse período a produção era intensa e a matéria-prima abundante, as farinhadas duravam cerca de seis meses interruptos. "Eu chegava a levar 200 cargas de mandioca só pra uma pessoa e recebia tudo de farinha", explica seu Joaquim. Segundo ele, a farinha era usada para pagar os custos da sua produção na época, para alimentar as famílias que produziam e pessoas que ajudavam na desmancha e o que sobrava abastecia o centro comercial da cidade.

Seu Joaquim guarda muitas lembranças da época em que as desmanchas eram ponto de encontro das pessoas da comunidade. "A folia era boa, às vezes, começava cedo com a colheita e terminava lá pelas dez da noite. Sentava todo mundo na esteira e íamos almoçar todos juntos, no final todo mundo levava farinha pra casa", relembra.

Segundo ele, a farinha tem feito o caminho inverso do seu tempo. "Para a gente comer farinha tem que comprar de Russas, mas ela não tem o mesmo sabor como a nossa que a gente faz aqui", lamenta.

Mas não é só de boas lembranças que vivem hoje os antigos produtores de farinha. A história de seu Zé Dilson, 61, foi marcada pelo trabalho pesado. Ele trabalhou durante 30 anos sendo forneiro em diversas casas de farinha, foi quando perdeu parte da audição por causa da sua exposição a altas temperaturas.

"Eu comecei esse serviço praticamente com 16 anos e no começo eu achava muito bom, era muito animado, mas o trabalho foi ficando pesado e eu tive que parar depois que eu tive esse problema", contou.

Hoje, com a forte estiagem, o cultivo da mandioca caiu, resultando no fechamento de quase 80% das casas de farinha existentes no distrito. Atualmente, funcionam por curtos períodos somente duas das 12 fábricas artesanais.

Uma dessas pequenas fábricas é a de Raimundo Nonato da Silva, 61, que em 2004 construiu uma casa de farinha para o consumo de sua família e também como uma forma de manter viva a arte da produção artesanal.

Por conta da seca não houve plantio de mandioca, a última desmancha que ele realizou foi em setembro deste ano, quando teve que arrancar cerca de 3 ha de mandioca, na promessa do pagamento da indenização que ele espera do governo há cerca de três anos, quando suas terras foram desapropriadas para construção de um canal.

O distrito do Peixe está localizado a 18 Km da sede de Russas e atualmente 202 famílias vivem no local. Durante muitos anos, como em grande parte dessas localidades, a principal fonte de renda e de sustento das famílias vinha da agricultura familiar. Além do cultivo para subsistência, alguns produtos eram comercializados com outros produtores e até no Centro da cidade. Atualmente, com a expansão da agricultura irrigada e a instalação de indústrias, pouco se produz na comunidade.
Historicamente, a região que abrange este distrito e as localidades de Santa Terezinha, Sussuarana e Lagoa dos Cavalos, era famosa pelo cultivo da mandioca. A farinhada, como era conhecido todo o processo de produção da farinha, reunia comunidades inteiras na partilha do trabalho. "Antigamente quando a gente tinha inverno, em muita terra se plantava a maniva, quase todo mundo plantava, hoje acabou tudo", lamenta o agricultor Joaquim de Sena, de 63 nos, que viveu essa realidade.
Ele era o responsável pelo frete da matéria-prima. Da roça para as casas de farinha existentes na comunidade, ele chegou a transportar em sua carroça a raiz para todas as 12 casas existentes na época, em meados dos anos de 1980. Nesse período a produção era intensa e a matéria-prima abundante, as farinhadas duravam cerca de seis meses interruptos. "Eu chegava a levar 200 cargas de mandioca só pra uma pessoa e recebia tudo de farinha", explica seu Joaquim. Segundo ele, a farinha era usada para pagar os custos da sua produção na época, para alimentar as famílias que produziam e pessoas que ajudavam na desmancha e o que sobrava abastecia o centro comercial da cidade.
Seu Joaquim guarda muitas lembranças da época em que as desmanchas eram ponto de encontro das pessoas da comunidade. "A folia era boa, às vezes, começava cedo com a colheita e terminava lá pelas dez da noite. Sentava todo mundo na esteira e íamos almoçar todos juntos, no final todo mundo levava farinha pra casa", relembra.
Segundo ele, a farinha tem feito o caminho inverso do seu tempo. "Para a gente comer farinha tem que comprar de Russas, mas ela não tem o mesmo sabor como a nossa que a gente faz aqui", lamenta.
Mas não é só de boas lembranças que vivem hoje os antigos produtores de farinha. A história de seu Zé Dilson, 61, foi marcada pelo trabalho pesado. Ele trabalhou durante 30 anos sendo forneiro em diversas casas de farinha, foi quando perdeu parte da audição por causa da sua exposição a altas temperaturas.
"Eu comecei esse serviço praticamente com 16 anos e no começo eu achava muito bom, era muito animado, mas o trabalho foi ficando pesado e eu tive que parar depois que eu tive esse problema", contou.
Hoje, com a forte estiagem, o cultivo da mandioca caiu, resultando no fechamento de quase 80% das casas de farinha existentes no distrito. Atualmente, funcionam por curtos períodos somente duas das 12 fábricas artesanais.
Uma dessas pequenas fábricas é a de Raimundo Nonato da Silva, 61, que em 2004 construiu uma casa de farinha para o consumo de sua família e também como uma forma de manter viva a arte da produção artesanal.
Por conta da seca não houve plantio de mandioca, a última desmancha que ele realizou foi em setembro deste ano, quando teve que arrancar cerca de 3 ha de mandioca, na promessa do pagamento da indenização que ele espera do governo há cerca de três anos, quando suas terras foram desapropriadas para construção de um canal.


Capacidade

130 casas de farinha estão modernizadas e prontas para produzir um alimento de melhor qualidade, a fim de suprir o mercado do Estado

Mais informações:

Projeto de Modernização e Fortalecimento do Setor da Mandiocultura

Coordenador de Núcleo: Marcílio Melo, (85) 3101.8055


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