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Cariri
"10 de janeiro, 2016"
Foto: Reprodução |
O Hospital psiquiátrico Santa Teresa em Crato já tem data marcada para fechar a portas.
Conforme contou a diretora do equipamento, Luciana Habat, o dia 10 de janeiro de 2016 é a
data prevista para que a casa de saúde deixe de atender pacientes com doenças mentais e
psicológicas. Num raio de 500 km, que compreende a grande parte do interior do nordeste
brasileiro. O fechamento está ligado a problemas de ordem financeira.
Com o fechamento do hospital psiquiátrico deixarão de atender aproximadamente 150
pacientes que não terão para onde ser encaminhados. Nesse momento, 69 pacientes ainda
estão internados, mas até janeiro próximo eles devem receber alta médica e ser devolvidos
à responsabilidade das suas respectivas família. Esse número sofreu uma redução de 18
pacientes desde o início da semana.
Foto: Reprodução |
Por telefone, a enfermeira, Maria Áurea Ramalho, conta que a situação é muito
preocupante, não só pelo hospital, mas para sociedade de um modo geral. A enfermeira
está na casa de saúde desde a sua fundação e conta que não há estrutura em um CAPS
para que se faça o atendimento adequado dos pacientes que chegam em surto.
“O Paciente quando está atacado, às vezes leva três dias para se acalmar e normalmente
os surtos voltam a ocorrer. Como que esses outros equipamentos podem resolver essa
situação se nem, se quer, há plantão à noite?”, indaga a enfermeira.
Foto: Reprodução |
O Hospital Santa Teresa foi fundado há mais de 45 anos e agora fecha as portas por falta
de recursos financeiros. A senhora Veridiana dos Santos, atua na parte administrativa do
equipamento e revela que o recurso destinado para cada paciente não passa por um
reajuste da Tabela SUS a mais de nove anos. Isso provoca o achatamento da verba
destinada para tratar os internos. “Eu costumo fazer uma comparação: Imagina um pai de
família tentar sustentar a casa nos dias atuais com o salário de nove anos atrás...”, explica.
Ainda conforme a direção do hospital, eles estão tendo dificuldades para fechar essa conta
faz tempo, mas nos últimos três anos o caso se agravou. Desde então a manifestação das
famílias dos pacientes é pela manutenção do local, o que segundo Luciana Habat, nesse
momento é insustentável. Ela informou ainda que todos os 70 profissionais que atuam no
hospital já estão cumprindo aviso prévio e em alguns casos, até já foi realizada a rescisão
contratual.
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