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Política
Aécio Neves foi citado pelo doleiro Alberto Youssef,mas o ministro do STFentendeu que não há indícios mínimospara abertura de inquérito contra o senador.(Foto: Sergio Moraes / Reuters) |
Deputados da bancada do PT em Minas Gerais pediram ontem (19) à ProcuradoriaGeral
da República que o senador Aécio Neves (PSDBMG) seja investigado na Operação Lava
Jato.
A representação foi protocolada pelos deputados federais Adelmo Leão, Padre João e
pelo deputado estadual Rogério Correa.
Em depoimentos de delação premiada, Aécio Neves foi citado pelo doleiro Alberto Youssef,
mas, em atendimento a um pedido da procuradoria, o ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal (STF), entendeu que não há indícios mínimos para abertura de inquérito
contra o senador.
Segundo os parlamentares do PT, além dos fatos narrados pelo doleiro na Lava Jato, a
procuradoria deve investigar a lista de Furnas, um suposto esquema de corrupção que veio
à tona em 2006, no qual políticos e partidos teriam recebido dinheiro para caixa 2 de
campanha.
Os valores seriam oriundos de Furnas, empresa estatal de energia.
Na época, a
autenticidade da lista foi questionada pela oposição.
Segundo os deputados, entre os citados na lista está o então candidato ao governo de
Minas Gerais e hoje senador da República, Aécio Neves.
"Os seguintes documentos, agora
associados, apontam, no mínimo, para a necessidade de se iniciar uma investigação que
efetivamente identifique os ilícitos perpetrados em desfavor das empresas citadas e puna,
com rigor, todos os responsáveis e beneficiários dos delitos eventualmente praticados em
desfavor do erário", alegam os deputados.
Em depoimento de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava
Jato, declarou que o esquema de pagamento de propina em Furnas começou em 1994 e foi
até 2000 ou 2001, mas não sabe se foi até o fim do mandato do então presidente Fernando
Henrique Cardozo.
Youssef disse que os pagamentos pararam em 2000 ou 2001, que não
sabia o motivo, nem se o expresidente teve algum envolvimento.
Youssef também disse que "ouviu dizer" que o exdeputado José Janene (PPPR), falecido
em 2010, "dividia uma diretoria de Furnas com o PSDB”, por meio do então deputado
federal Aécio Neves.
Na Lava Jato, Janene foi apontado como operador do PP na
Petrobras.
Perguntado sobre quem era o operador do PSDB, Youssef declarou que ouviu dizer, por
meio de Janene, que era uma irmã de Aécio Neves, mas que nunca teve contato com eles.
Cópia do depoimento atribuído a Youssef ressalta o seguinte: “que acredita que os valores
do PSDB também eram entregues em espécie, mas não sabe quanto e onde eram
entregues; que também não sabe como era a divisão de valores entre o Partido
Progressista e o PSDB; que o declarante não teve contato com a irmã de Aécio Neves e,
mostrada uma foto de Andrea Neves, diz não poder reconhecêla, pois nunca teve contato
com ela; que também não sabe qualquer outro dado em relação a ela; que nunca teve
contato com Aécio Neves”.
No dia 6 de março, após a divulgação da decisão do STF que arquivou as declarações de
Youssef, Aécio Neves disse que recebeu o arquivamento como "uma homenagem".
Segundo ele, foram infrutíferas as "tentativas do governo" de envolver a oposição na
investigação.
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