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Regional
"Governo do Estado"
Obra na estrada que liga a CE293 ao Sítio Barro Branco, em Barbalha, cujo projeto original sofreu alterações (Foto: Serena Morais/Jornal do Cariri) |
As frequentes medidas de economia do Governo do Estado no triângulo Crajubar têm
prejudicado as comunidades locais. Alteração em projetos de infraestrutura e abandono de
medidas de combate à seca chamam a atenção da população pela possibilidade de
prejuízos materiais e o comprometimento no abastecimento de água.
Recentemente, o Governo Camilo Santana (PT) foi acusado, pelos servidores do Hospital
Regional do Cariri (HRC), de reduzir atendimentos, atrasar salários e comprometer a
manutenção. Os depoimentos revelaram um rombo de R$ 40 milhões nas contas do HRC, o
que pode levar a suspensão de serviços dentro da unidade.
Duas novas denúncias apontam a não finalização de investimentos já iniciados no Cariri. A
ordem seria diminuir custos para não expor a situação caótica do caixa do Estado. Em um
dos casos denunciados, a construção da estrada que liga a Rodovia CE293 ao Sítio Barro
Branco, em Barbalha, está causando revolta na população, pelas possíveis alterações no
projeto original.
Segundo um dos moradores do local, o senhor Antônio Luciano Nogueira, conhecido como
Piu Piu Construtor, que é especialista em construção, houve um aumento drástico do nível
da estrada, sem qualquer obra de drenagem. Ele explica que seria necessária a retirada do
material orgânico para depois fazer o aterro com materiais inorgânicos e facilitar a
compactação.
No local, não foi feita qualquer retirada do material orgânico, aumentando o nível da estrada
em pelo menos 70 centímetros. “Não encontro outra explicação, a não ser a redução de
custos. Colocar aterro é bem mais barato do que cavar para depois aterrar”, denuncia
Antônio Luciano, destacando que a obra ficará mais barata em cerca de 50%,
economizando tempo e dinheiro.
Marcado para iniciar no sábado (13), o trabalho de asfaltamento teve resistência dos
moradores, que fizeram manifestação e prometem levar o caso à Justiça. No local, não
existe placa com informações sobre a obra e nenhum dos responsáveis pelo canteiro quis
se pronunciar.
O vereador André Feitosa avalia que a estrada é bem vinda e que a comunidade necessita
do benefício. Mas, observa que, como está, a construção pode causar transtornos para a
população que reside às suas margens. Para ele, esse ponto precisa ser levado em
consideração. André prometeu levar o caso à Câmara e ao Ministério Público do Estado.
O senhor Antônio Luciano disse ter sondado os funcionários da Construtora Coral,
responsável pela construção, e ouviu que a empresa está fazendo o que pode, pois o
dinheiro não vai dar para fazer a obra. A estrada fica próxima à Usina Cariri, outro
empreendimento do Governo do Estado paralisado por falta de recurso.
Combate à seca
Outra manifestação popular aconteceu no Sítio Minguiriba, em Crato. Na denúncia, a
população acusa o Governo do Estado de descaso e abandono da comunidade. Sem
qualquer justificativa, houve a paralisação na perfuração de um poço profundo.
Na tarde da sexta-feira (12), as máquinas seriam removidas do local, mas a retirada foi
impedida por populares. O poço tem previsão de cerca de 150 metros e se encontra apenas
com 60 metros. Os funcionários que foram retirar o equipamento, falam em falta de dinheiro
e interferência política.
Segundo agendamento, após a conclusão na Minguiriba, o equipamento teria como destino
o Assentamento 10 de Abril, também no Crato. Mas, há uma previsão de que o
equipamento não chegue à comunidade.
A Operação de Combate à Seca é coordenada pelo Governo do Estado, através da
Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra). Ninguém se manifestou sobre a ordem
para a retirada das máquinas.
Fonte: Jornal do Cariri
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