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Polícia
"Rebelião"
Detentos da CPPL IV fazem motim na manhã deste sábado (Foto: Reprodução/ Diário do Nordeste) |
A greve dos Agentes Penitenciários, deflagrada desde a madrugada deste sábado (21),
provocou rebeliões e protestos de familiares dos presos de presídios no Ceará.
A
informação foi confirmada pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado (Sejus). Uma
das situações mais tensas aconteceu no Complexo Penitenciário Estadual (CPPL IV), em
Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza, onde um movimento de mulheres dos detentos
chegou a bloquear a BR 116, por até dois quilômetros.
A Sejus confirma que houve mortes durante as rebeliões. Segundo a assessoria do órgão,
as informações sobre os óbitos estão sendo colhidas e a pasta deverá informar até o
começo da noite deste sábado detalhes sobre as ocorrências.
Uma reunião acontece desde
as 14h20 entre o comando de greve dos agentes do penitenciários e o titular da Sejus, Hélio
Leitão, no Palácio da Abolição.
Segundo o órgão, a rebelião teria iniciado por causa do impedimento da entrada de
parentes dos presos, consequência da greve dos agentes, a qual é considerada ilegal pela
Justiça.
Em várias unidades, houve queima de colchões e quebradeira de instalações. A
ação da Polícia procurou inibir fuga em massa. Internos sofreram contenção da polícia, e
alguns ficaram feridos. Várias viaturas da PM adentraram os presídios.
Revoltadas, as companheiras dos detentos interditaram os dois sentidos da rodovia BR
116, em frente à CPPL IV. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o bloqueio ocorreu
por volta das 8h50 e foi interrompido por volta das 11h10.
Segundo a mulher de um dos
detentos, havia grande temor de presos serem mortos.
“Não queremos visita íntima. O que a gente quer é levar alimentos para os maridos e filhos
que estão presos e que passam por grandes dificuldades na prisão”, disse Suelem Silva.
Indignada, contou que não houve uma comunicação prévia de que seriam impedidas as
visitas. Ainda de acordo com a PRF, 250 mulheres participaram do protesto, que causou
cerca de 5 quilômetros de congestionamento na via.
Sindicato afirma que houve comunicação
O presidente do Sindicato dos Agentes Presidiários, Valdemiro Barbosa, negou que não
houvesse um comunicado prévio por parte dos grevistas. Ele disse que o movimento foi
informado à Secretaria de Justiça e ao Governo do Estado, com as 72 horas prévias
determinadas por lei.
Ele explicou que a ação decorreu da gravidade de como se encontra o
sistema penitenciário no Ceará, com as facções criminosas dominando as unidades e
pouco servidores para atender as demandas do trabalho.
“O governador vinha tomando conhecimento do problema há muito tempo e não houve uma
negociação favorável”, disse Valdomiro. Apesar da greve, ele salientou que 30% do efetivo
permaneciam trabalhado, como estabelece a legislação.
Com isso, foram mantidos os
serviços de distribuição de água e alimentos para os presos, alvarás de soltura, serviços de
socorro e emergência.
Fonte: Diário do Nordeste
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