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Polícia
"Desgoverno"
Secretário Hélio Leitão culpou os agentes pelos prejuízos e transtornos (Foto: Reprodução Ceará News 7) |
Fernando Ribeiro
Oito mortos, dezenas de feridos, vias públicas bloqueadas e um prejuízo financeiro enorme
– ainda não calculado pelas autoridades. Este foi o resultado da mega rebelião que sacudiu
o Sistema Penitenciário do Ceará em apenas 15 horas que durou a greve dos agentes
responsáveis pela segurança interna das unidades carcerárias.
O balanço foi feito pelo próprio Governo, através do titular da Secretaria da Justiça e da
Cidadania (Sejus), advogado Hélio leitão, no começo da noite. Fontes da Perícia Forense
do Ceará (Pefoce) revelaram, com exclusividade, ao portal cearanews7.com.br que, pelo
menos, oito cadáveres de presos foram retirados das dependências das unidades que se
rebelaram.
Contudo, a própria Sejus admite que este número pode ser maior, já que é costume nos
presídios corpos de detentos assassinados pelos outros serem ocultados e só descobertos
muitas horas ou até mesmo dias depois do assassinato.
A rebelião foi simultânea em seis unidades do sistema, todas localizadas na Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF):
as Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs),
1, 2, 3 e 4, todas localizadas no Complexo Penal em Itaitinga; além do Instituto Penal
Desembargadora Auri Moura Costa (Presídio Feminino), em Aquiraz; e o Presídio do
Carrapicho, sediado na cidade de Caucaia. O levante começou depois que a direção das
unidades suspendeu as visitas diante da falta de segurança.
Assim como os detentos, os
familiares deles (visitas) se revoltaram e bloquearam a BR 116 e a via de acesso ao
Presídio do Carrapicho.
Diante do caos que se instalou no Sistema Penitenciário, o governador Camilo Santana
(PT) chamou ao Palácio da Abolição os representantes da categoria e decidiu atender às
reivindicações da categoria, sendo a principal, o aumento de 60 para 100 por cento o valor
da Gratificação Por Atividades Especiais (de risco de vida), que deverá ser paga de forma
escalonada até 2018.
Destruição
Além das oito mortes (e que podem aumentar), e do enorme prejuízo para o Estado em
virtude da destruição quase completa das seis unidades carcerárias, restou ao governador a
lição de que sua atitude em subestimar o poderio das facções criminosas que dão as
ordens nas cadeias cearenses foi um grande erro.
Já o secretário Hélio Leitão acabou por admitir que seu “plano de contingência” montado
para a emergência em caso da deflagração da greve, foi um retumbante fracasso. Segundo
ele, o Sistema entrou em descontrole porque “os agentes impediram a Polícia Militar de
entrar nos presídios”.
Fonte: Ceará News 7
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