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Polícia
"Caso Rayane"
Rayane está desaparecida desde o dia 19 de março. (Foto: Reprodução) |
Demontier Tenório
“Meu sonho era olhar para trás e ver Rayane chegando e bem sorridente. Agora, o desejo é que a
justiça seja feita, pois isso não pode ficar impune. É uma dor que jamais vou superar e sempre
lembrarei dela”. O depoimento da doméstica Maria Antonina Alves Machado, de 44 anos, a “Nina”,
mãe da jovem Rayane Alves Machado, de 24 anos, desaparecida de Crato desde o dia 19 de
março, evidencia que a esperança de encontrá la viva já se esgotou. A garota trabalhava em um
restaurante e residia na Vila São Bento naquele município.
De acordo com as investigações, ela teria sido morta a golpes de faca e o corpo atirado no leito do
Rio São Francisco no município de Belém do São Francisco a uma distância de 225 Km em
relação ao Crato. Pelo menos essa é a conclusão das investigações conforme revelaram os
Delegados de Polícia Civil, Diogo Galindo e Kamila Brito, numa entrevista coletiva concedida esta
tarde à Imprensa do Cariri. Hoje pela manhã uma pessoa foi presa e está recolhida à Cadeia
Pública de Crato por força de um mandado judicial.
Maria Antonina, mãe da jovem Rayane (Foto: Reprodução) |
Trata se de Saulo Lopes Custódio, de 30 anos, que é caminhoneiro e tinha um relacionamento
amoroso com Rayane a qual desapareceu momentos após deixar o trabalho, sendo vista pela
última vez por volta de meia noite do dia 19 de março na entrada da Vila São Bento. No
depoimento que prestou à polícia esta manhã, ele nega envolvimento no crime, mas os delegados
confessaram o convencimento, inclusive da própria autoria material apontando fortes indícios.
Saulo Lopes Custódio, de 30 anos. (Foto: Reprodução) |
O principal deles seria uma testemunha ocular, mas a polícia de Crato não se dá por satisfeita e,
nesta sexta-feira, uma equipe da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) retorna à Belém de São
Francisco em busca de outras testemunhas para robustecer ainda mais o Inquérito Policial
presidido pela Delegada Kamila Brito. As investigações começaram desde o desaparecimento da
garota e tiveram toda a colaboração dos familiares de Rayane e do Conselho da Mulher de Crato.
De acordo com o Delegado Diogo Galindo, houve quebra de sigilos solicitada pela polícia e
prontamente deferida pelo poder judiciário. Além disso, mais de dez depoimentos e algumas
pessoas até três vezes. Mas, para a polícia, existe uma testemunha chave que presenciou tudo e
estava no momento de execução da jovem cratense. Ela teria sido raptada por Saulo e colocada à
força dentro do seu carro quando este partiu na direção do Pernambuco, onde trabalha
carregando carvão.
A garota tencionava por fim ao relacionamento e existem depoimentos citando que a mesma se
queixava em relação ao modo agressivo de Saulo. No dia do crime, este discutiu com ela e teria
tentado fazer sexo à força com a garota na beira do Rio São Francisco ante a discordância de
Rayane.
Delegados Diogo Galindo e Kamila Brito. (Foto: Reprodução) |
Momentos depois, o acusado teria desfechado golpes de faca no peito e abdômen da
mesma e a levou nos braços durante a madrugada para jogar no leito do rio segundo o que
apurou a polícia. O corpo está sendo procurado no manancial e arredores.
Para a polícia, Saulo costumava adotar um comportamento com requintes de crueldade e suspeito
de envolvimento em um homicídio no Crato o que está sendo igualmente investigado. Na DDM, a
Delegada Kamila Brito diz que o histórico do caminhoneiro não é bom e ali responde cinco
procedimentos por lesão corporal e até chegou a fraturar o nariz de uma de suas vítimas.
S
obre o caso Rayane, uma equipe da Delegacia da Mulher de Crato já tinha ido ao município
pernambucano quando ainda existiam rumores em torno de um suposto cárcere privado e a
vontade era encontrar Rayane com vida. Kamila citou, também, o trabalho desenvolvido pela
titular da DDM de Juazeiro, Deborah Gurgel. A polícia pretende ainda fazer acareações e novas
diligências apesar da consideração, no momento, de que os indícios da autoria já são suficientes.
Fonte: Site Miséria
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