FONTE O POVO ONLINE
Apesar de ter matado 2.704 pessoas no Brasil entre 2000 e 2011, a leishmaniose continua sendo uma doença negligenciada. Transmitida pelo flebótomo - conhecido popularmente como mosquito-palha - a enfermidade ataca seres humanos, cães, gatos e animais silvestres. A contaminação não acontece de pessoa para pessoa ou de animal para animal. É necessária a presença do inseto para disseminar os vários tipos do protozoário leishmania.
Os números referentes à contaminação por leishmaniose são alarmantes. De 1992 a 2011, foram registrados 600 mil casos da doença no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Todos os especialistas ouvidos pelo O POVO foram enfáticos: a leishmaniose é uma enfermidade negligenciada até entre as outras doenças consideradas negligenciadas (malária, tuberculose, Doença do Sono, Doença de Chagas). A falta de informações aliada à brutalidade dos (poucos) tratamentos disponíveis só colabora para seu avanço.
Atualmente, não existem vacinas disponíveis gratuitamente para imunização humana. A alternativa de tratamento de primeira linha recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é o antimoniato de meglumina (Glucantime®). Entretanto, a posologia dificulta o interesse pelo tratamento. As injeções devem ser aplicadas diariamente por períodos mínimos de 20 dias.
Segundo Robert Sebbag, vice-presidente do Programa Mundial de Acesso a Medicamentos da empresa Sanofi Farma Brasil (responsável pela produção e distribuição do Glucantime ®), a descoberta de uma vacina eficaz contra a doença torna-se difícil pelas particularidades desta.
O Ceará é uma região endêmica para a doença. O número de óbitos é alto. Entre 2000 e 2011, segundo o Ministério da Saúde, 272 pessoas morreram vitimadas apenas pela leishmaniose visceral - uma das modalidades da doença. Neste domingo, o Ciência & Saúde discute as iniciativas do poder público e das empresas para combater a doença, além de apresentar as táticas de prevenção que podem ser executadas pela população.
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