UFC desenvolve produtos para multinacionais

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FONTE O POVO ONLINE

Javam Machado, coordena o LSBD, que desenvolve soluções em computação para empresas. Miguel Franklin e Rute Castro são dois dos líderes Great, que, assim como o LDBD, tem recursos Lei de Informática

O embrião de um polo tecnológico no Ceará teve início no Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará (UFC) em 2007. Foi quanto nasceu o Grupo de Redes, Engenharia de Softwares e Sistemas (Great), investimento da ordem de R$ 3 milhões da LG Eletronics do Brasil (LGE), por meio da Lei de Informática. De lá pra cá, o polo não se concretizou, mas novos laboratórios surgiram e o Ceará desenvolve tecnologia para grandes marcas multinacionais. 

Portas espelhadas, de acesso restrito e com senhas. Assim é o Great. Lá, já  foram projetadas carcaças de celulares, monitores de computador e televisores, além de aplicativos e projetos de inovação em processos e em dispositivos móveis, conta o coordenador do Great e doutor em computação, Miguel Franklin. O laboratório conta com cerca de 100 pesquisadores e profissionais.

Para Miguel, a principal dificuldade da relação entre academia e mercado está na expectativa da conclusão dos trabalhos. “A velocidade da pesquisa acadêmica é diferente da pesquisa aplicada. Essa coisa está se aproximando. São dois mundos que estão chegando perto graças a essas iniciativas”. Ele destaca que a Sony Ericson também tem projetos desenvolvidos por lá.

O Great tem dois prêmios internacionais, além de alguns registros de softwares, segundo a gerente de Projetos do Great, Rute Castro. Ela ressalta que o investimento dos recursos é direcionado para os projetos e para o próprio departamento de Computação na Universidade.

“Vão para melhorias, construções, reformas para os bolsistas de mestrado, doutorado e funcionários contratados para os laboratórios. Sempre que é possível, envolvemos outros departamentos, como Biologia, Arquitetura, que não costumam receber muitos incentivos desse porte através de projetos. Assim, a Universidade toda pode ser beneficiada”, ressalta Rute.

Público e privado

Já o Laboratório de Sistemas e Bancos de Dado (LSBD), também na UFC, foi construído fisicamente com recursos da Financiadora de Projetos e Estudos (Finep), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, principalmente, por meio da Lei de Informática, com verbas da Samsung em 2011. Antes, em 2007, o coordenador do grupo e doutor em computação, Javam Machado, já desenvolvia pesquisa com o laboratório virtualmente.

São 30 pessoas para atender a demandas de desenvolvimento de software. O projeto mais premiado feito no laboratório foi um de gestão de resíduos sólidos. “Tinha duas interfaces, uma com usuário desktop e outro com tablet. Acontecia a captação dos dados de resíduos por meio de rádio-frequência. Era feita uma leitura quando os equipamentos retornavam e as informações alimentam um banco de dados. Foi investido da ordem de R$ 400 mil, desenvolvido em oito meses”, informou Javam.

O mais longo projeto ainda está sendo desenvolvido. É um projeto sigiloso e não foi informada a financiadora do projeto, mas trata-se de um grande fabricante de computadores. O principal objetivo é fazer diagnósticos de componentes de computadores. “O programa identifica o problema e orienta o usuário o que fazer, também informa ao servidor”, diz o coordenador. (Andreh Jonathas)

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