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sábado, 4 de maio de 2013

Vírus híbrido de gripes aviária e suína pode matar até 100 milhões de pessoas, alerta pesquisador

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FONTE DIÁRIO DO NORDESTE

Gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, pode ser letal em 60% dos casos e já matou quase 400 pessoas em todo o mundo, mesmo não sendo transmitida entre humanos Imagem: Animal People News

Gripe aviária, causada pelo vírus H5N1, pode ser letal em 60% dos casos e já matou quase 400 pessoas em todo o mundo, mesmo não sendo transmitida entre humanos Imagem: Animal People News
Uma pesquisa polêmica e considerada perigosa pela comunidade científica internacional foi publicada na prestigiada revista científica Science. A equipe da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas e da Universidade Agrícola Gansu teriam criado um novo vírus misturando os genes da “gripe das aves” H5N1 e o da “gripe suína” H1N1.
O vírus híbrido seria capaz de se disseminar pelo ar entre cobaias, através de gotículas respiratórias, e estaria mantido no freezer de um laboratório. Com a pesquisa e o experimento, a equipe chinesa indicou ter provado que o vírus H5N1, que apresenta até 60% de letalidade, pode precisar apenas de uma simples mutação genética para “adquirir transmissibilidade entre mamíferos” e, por tabela… em humanos.
Híbridos de gripe podem aparecer na natureza quando duas cepas infectam a mesma célula e trocam genes em um processo conhecido como reagrupamento, mas não existem evidências de que o H1N1 e o H5N1 tenham feito isso até agora. O temor é que experimentos como os realizados na China estejam colocando a humanidade em risco ao criar mutantes desses dois vírus.
Vírus podem causar pandemias e até 100 milhões de mortes no mundo
De acordo com o professor de virologia Simon Wain-Hobson, do Instituto Pasteur, da França, a preocupação é reforçada pelo histórico de “um vazamento em laboratório de febre aftosa, uma doença que afeta o gado e que causou um surto na Grã-Bretanha seis anos atrás”. Wain-Hobson alertou ainda que “estes vírus podem causar pandemias. Isto é, se acontecer algum erro e eles escaparem ou coisa parecida, isso pode afetar as pessoas e provocar entre 100 mil e 100 milhões de mortes”.
Wain-Hobson teme que o risco possa ser maior que o valor científico da pesquisa. As descobertas, argumenta, têm pouco valor para a descoberta de uma vacina ou de um tratamento que levaria anos para desenvolver, provavelmente muito antes de um surto. Segundo afirmou Robert May, ex-presidente da Royal Society of Science britânica, ”o registro de retenção nos mais importantes laboratórios de contenção não é bom. Tem havido repetidos vazamentos. Você não faz estas coisas a menos que exista algum apelo de emergência extrema. Estamos enfrentando um perigo presente e real com benefícios extremamente dúbios para o público”.
O virologista John Oxford, da Universidade Queen Mary, de Londres, no entanto, disse que o experimento era um alerta importante. Ele demonstrou como dois vírus, ambos que ainda infectam pessoas ao redor do mundo, podem trocar genes. “A matemática dirá que cedo ou tarde uma pessoa será infectada pelos dois vírus, provavelmente levando a um  híbrido que começará a se disseminar. Precisamos nos reorganizar, rever nossos planos de pandemia e estar certos de que temos estoques de vacina para o H5N1″.
EUA e Holanda também tem pesquisa polêmica com vírus
Em janeiro, cientistas dos Estados Unidos e da Holanda retomaram a controversa pesquisa sobre seus próprios vírus híbridos após uma pausa de um ano para reduzir temores de que o vírus possa escapar do laboratório ou cair nas mãos de terroristas. 
A criação conseguiu ser transmitida entre furões, considerados bons modelos de pesquisa para a disseminação de doenças entre seres humanos. As equipes estadunidense e holandesa citaram uma “responsabilidade de saúde pública” para retomar o trabalho, interrompido após um clamor público e sondagens sobre segurança global.
H5n1 mata muito e H1N1 infecta muito
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o H5N1 infectou 628 pessoas e matou 374 desde 2003.
O H1N1, que surgiu no México, é altamente transmissível e infectou um quinto da população mundial em uma pandemia registrada entre 2009 e 2010, mas é quase tão letal quando uma gripe comum.
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