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Polícia
"Comoção"
Equipes da Perícia Forense examinaram o corpo do juiz no local do crime e identificaram três ferimentos causados por um único tiro. Um adolescente suspeito do latrocínio foi apreendido por policiais civis do 15ºDP (Cidade 2000) Foto; Jorge Alves |
Um dos três adolescentes suspeitos de matar um juiz de Direito aposentado, durante
um assalto ocorrido na tarde de ontem, na Praça Pedro Felipe Borges, Rua Bento
Albuquerque, no bairro Cocó, foi apreendido em casa, na Comunidade do 'Pau Finim',
no Papicu, logo após o fato.
Segundo a Polícia, os outros dois já foram identificados e
estão sendo procurados. De acordo com a PM, Edvalson Florêncio Marques Batista,
75, estava no local com a esposa para fazer caminhada, quando foi atacado.
O delegado Hélio Marques titular do 15º DP (Cidade 2000) disse que os adolescentes
estavam na praça à procura de vítimas mais vulneráveis. "Eles combinaram de ir para
a praça assaltar.
Ficaram observando as vítimas e escolheram o casal. Perceberam
que havia um carro e um deles não participou da abordagem, para ser o motorista
durante a fuga.
Eles conseguiram roubar o cordão que a esposa da vítima usava, mas
não conseguiram pegar a chave e atiraram".
O delegado afirmou que o garoto que efetuou os disparos já tem diversas passagens
pela Polícia.
"Ele é perigosíssimo. Já é inclusive mutilado, porque se joga na frente
dos carros para assaltar e dia desses foi atropelado. Foi apreendido há pouco tempo,
pensávamos que ele ainda estivesse no Centro Educacional, mas foi solto há 12 dias".
O adolescente apreendido confirmou a participação dos outros dois garotos. "Eles que
abordaram. Eu estava lá para dirigir o carro.
O plano era levar as coisas e vender.
Como a vítima reagiu eles atiraram", declarou.
Uma testemunha do fato, que não quis se identificar, disse que não houve reação.
"Vi
que ele deu um passo para trás quando viu a arma, mas não ia reagir, foi um susto.
Logo depois que passei por eles ouvi os disparos. Olhei para trás e vi dois vultos
passando depressa.
Avistei a mulher correndo para a farmácia. Fui para detrás de
uma árvore e de lá já vi o senhor no chão".
Perícia
O perito Roberto Vieira, da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), disse que apenas um
tiro atingiu Edvalson Batista, mas provocou três ferimentos. "O projétil foi disparado da
direita para a esquerda. Entrou pela coxa direita, atravessou e entrou pela esquerda.
Nesta segunda entrada, a bala atingiu a veia femoral e causou um ferimento grande".
O perito declarou que o relógio e a aliança do juiz aposentado não foram levados
pelos suspeitos.
"A esposa disse que ele não tinha trazido o celular. Aparentemente
não foi levado nada dele. Vamos conversar com familiares para saber se deram por
falta de algum objeto que trazia", declarou Vieira
Comoção
Muitos familiares e amigos do magistrado estiveram no local e demonstraram
comoção. O advogado Paulo Quezado considerou como gravíssima a situação que
culminou com a morte de Edvalson Batista. "Nos conhecíamos há muitos anos. Fomos
contemporâneos na faculdade. Era um homem sério, digno, trabalhador. Uma situação
inexplicável como esta é muito grave.
Não há palavras que classifiquem uma coisa tão
brutal. O Edvalson era um cidadão de bem em todos os aspectos", declarou o jurista.
De acordo com informações da Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça do
Ceará (TJCE) Edvalson Batista estava aposentado desde o ano 2000 e a última Vara
em que atuou foi a de Execuções Penais.
A Associação Cearense de Magistrados (ACM) divulgou uma nota de repúdio e disse
que "é intolerável a perda da vida do magistrado que, uma vez aposentado de suas
atividades judicantes, simplesmente exercia sua condição de cidadão, como todo
cearense, fazendo caminhada num ambiente público onde deveria haver espaço para
atividades focadas no bem estar".
Fonte: Diário do Nordeste
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