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Cariri
Os jovens pintaram as sombras das árvores que não mais existem, num protesto silencioso. (Foto: Roberto Crispim) |
Estudantes
universitários de diversas áreas profissionais estão se unindo em Barbalha
para, por meio da apresentação de imagens, discutir junto à sociedade as
demandas ainda presentes em setores distintos da comunidade.
O
grupo, formado por cerca de 13 jovens, entre homens e mulheres, integra o
Movimento Zoom de Arte Urbana, criado há cerca de um mês.
Dentre
as ações desenvolvidas pelo grupo, a pintura de árvores na pista de rolamento
de algumas ruas onde plantas foram cortadas por moradores é a que mais tem
chamado a atenção da população. Os desenhos, que possuem a finalidade de
representar uma espécie de "sombra" das árvores que já não mais
existem no local, são vistos como alerta à necessidade da preservação do meio
ambiente na cidade.
Além
das questões alusivas à preservação do verde no Município, o grupo também
articula a discussão de melhorias a serem efetivadas no setor social, como o
surgimento de moradores de rua em logradouros públicos da Cidade, por exemplo,
bem como a atual Concepção de gestão pública e dos organismos políticos
atuantes em Barbalha.
Conforme
o fotógrafo Ras Luna, um dos fundadores do Movimento Zoom de Arte Urbana, as
discussões propostas pelo grupo, além de estimular uma maior conscientização da
sociedade no que se refere à própria participação popular no oferecimento de
ideias e sugestões que possam resultar em melhoria da qualidade de vida, também
proporcionam certa valorização das riquezas locais, encontradas tanto na
essência cultural de Barbalha, como também na colaboração de visitantes que
acabaram se instalando de forma definitiva no Município.
"O
objetivo não é apenas valorizar a cultura arquitetônica encontrada nas
edificações do chamado Centro Histórico.
Também
não significa, somente, gerar mecanismos de apoiamento e valorização da cultura
desenvolvida pelos grupos de tradição existentes.
O
objetivo principal é o de valorizar, sobretudo a história da própria população
local".
Para
tanto, conforme o fotógrafo, uma exposição de imagens está sendo produzida com
a finalidade de que o cotidiano da população possa ser contado por meio de
fotografias. "
A
intenção é apresentar um pouco do cotidiano de pessoas comuns, muitas vezes
anônimos que também oferecem sua contribuição na construção do município de
Barbalha", observou.
O
trabalho, que ainda não possui data para ser apresentado, segundo Ras Luna, não
difere das ações desenvolvidas pelo Movimento na defesa da ampliação das
políticas ambientais no município.
"A pintura da sombra das árvores nas
ruas, no nosso entendimento, leva a população a refletir os motivos pelos quais
há o aumento da temperatura, o porquê da falta de chuvas, dentre outras
interrogações que necessitam ser respondidas".
O
trabalho que o Movimento pretende desenvolver enfoca diversos segmentos
sociais, bem como busca provocar o debate entorno de toda e qualquer demanda
cujos atendimentos ainda não foram percebidos pela sociedade. "Uma dessas
demandas, inclusive, é o aumento no número de moradores de rua observado na
Cidade.
Os chamados "invisíveis" precisam
ser apresentados ao restante da população. É direito desse cidadão também ser retirado
da obscuridade", ressaltou.
Acadêmica
do curso de Engenharia de Materiais da Universidade Federal do Cariri (UFCA), a
estudante Fiama Vieira, que também faz parte do Movimento, reiterou que a
criação do grupo surgiu da necessidade de reflexões em torno das deficiências
vividas no município de Barbalha.
O
corte das árvores de calçadas, conforme observou a universitária, foi apenas uma
das muitas situações que precisam ser debatidas. "Nós queremos, agora,
abrir um canal de diálogo com a gestão
municipal, no sentido de que também possamos contribuir,28/12/2014 Arte usada
para a conscientização em Barbalha
por
meio de ideias e sugestões, com a diminuição dos problemas que a Cidade ainda atravessa",
disse.
A
secretária de Meio Ambiente do Município, Poliana Silva Coimbra Cruz, avaliou
como importante o surgimento de um movimento popular que também discuta
questões ligadas à preservação do ecossistema existente em Barbalha.
No
entanto, na opinião da secretária, o grupo deveria, num primeiro momento, ter
buscado apoio do poder público local.
"Não havia conhecimento em torno da
existência deste Movimento. Nenhum dos membros desse grupo procurou a
Prefeitura para solicitar apoio a qualquer reivindicação.
Seria
importante que essa procura acontecesse", frisou. Poliana Cruz informou
que cidadãos que desejam realizar o corte de árvores que crescem defronte às
suas residências precisam solicitar autorização da Secretaria para efetivar a extração
da planta. "Há casos em que as raízes da árvore acabam destruindo
tubulações, azulejos e, até mesmo, paredes.
Nestas
situações, o cidadão assina um termo solicitando o corte da árvore, que só será
autorizada após a realização de uma visitação por um dos nossos técnicos. No
entanto, ainda existem os cortes ilegais. Estamos trabalhando para combater
esta prática".
Replantio
Ela informou, ainda, que o Município tem apoiado o replantio em caso de corte
de árvores de calçadas em regiões afastadas do Centro. "Nós indicamos que
haja compensações.
Se alguém cortar uma árvore, que outra seja
plantada. Em vários locais essa proposta já vem encontrando bons
resultados", ressaltou, destacando que o tipo de árvore mais comum em Barbalha
é o nim indiano e frutíferas como goiabeiras e mangueiras.
Mais informações
Prefeitura Municipal de Barbalha
Rua Princesa Izabel, 187 Centro
Telefone (88) 3532-2116
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Rua Princesa Izabel, 187 Centro
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