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Muaz alKasasbeh é supostamente queimado vivo. (Foto: Reprodução) |
O Estado Islâmico (EI) divulgou um vídeo nesta terça feira que mostra o piloto jordaniano
Muaz alKasasbeh sendo queimado vivo.
O primeirotenente de 26 anos foi capturado no
fim de dezembro na Síria e tinha sua libertação condicionada à soltura da mulherbomba
Sajida alRishawi pela Jordânia.
O governo jordaniano confirmou a morte através de sua
televisão estatal, e afirma que ela ocorreu no dia 3 de janeiro.
No vídeo de 22 minutos, Kasasbeh aparece como um apresentador jornalístico culpando o
governo da Jordânia por sua morte, a exemplo dos outros reféns estrangeiros. Com o olho
repleto de hematomas, ele então é filmado em uma jaula, com rastros de petróleo.
O
primeiro tenente é queimado, aos gritos, visto de perto por um esquadrão de fuzileiros.
Inicialmente, a autenticidade do vídeo não foi confirmada, mas um membro da família disse
à Reuters que o chefe das Forças Armadas do país confirmou aos parentes de Kasasbeh
sua execução.
Segundo fontes jordanianas à Sky News Arabia, Sajida e outros cinco
extremistas islâmicos serão executados nesta noite.
Inicialmente, a Jordânia havia concordado com a libertação de Sajida — que deveria ser
levada para a fronteira com a Turquia — em troca de Kasasbeh, mas pediu provas de que o
piloto ainda estivesse vivo.
A organização terrorista, no entanto, não deu qualquer retorno a
Amã após o pedido. Funcionários jordanianos ameaçaram então enforcar seus prisioneiros
radicais islâmicos caso Kasasbeh fosse morto.
Após a divulgação do vídeo e a confirmação
da morte do piloto, o governo jordaniano prometeu "punição e vingança" contra o grupo
extremista.
— As Forças Armadas informam que o heróico piloto Muaz alKasasbeh morreu e pedem a
Deus que o aceite entre os mártires — afirmou em pronunciamento na TV, o portavoz do
Exército jordaniano, Mamdouh alAmeri.
— Embora chorem a morte de seu mártir, as
Forças Armadas enfatizam que seu sangue não foi derramado em vão. Nossa punição e
vingança serão tão enormes quanto a perda do povo jordaniano.
Outros dois reféns, os japoneses Haruna Yukawa e Kenji Goto, foram decapitados pelo
grupo nos últimos dias. O premier do país, Shinzo Abe, tentou negociar a libertação dos
dois sem sucesso.
A comunidade internacional se prontificou a tomar medidas urgentes
contra o EI após as mortes.
Esta foi a primeira execução de reféns internacionais pelo EI a ser feita por imolação.
Todas
as demais foram realizadas por decapitação. Outros métodos utilizados em execuções de
cidadãos iraquianos e sírios envolviam também apedrejamento e lançamento das vítimas a
partir de edifícios.
— Eles elevaram os níveis de brutalidade — afirmou David L. Philips, exassistente do
Departamento americano de Estado para a pacificação do Iraque, e atual diretor do Instituto
de Estudos dos Direitos Humanos da Universidade de Columbia — Isso irá afastálos ainda
mais dos outros muçulmanos e da comunidade internacional.
PRIMEIRO REFÉM DA COALIZÃO LIDERADA PELOS EUA
No fim de dezembro, o piloto teve seu avião abatido por um míssil enquanto sobrevoava a
cidade síria de Raqqa.
Aos 26 anos, o primeiro tenente foi feito refém, sendo o primeiro
caso de incidentes com a coalizão militar liderada pelos EUA contra o grupo extremista.
Originalmente, o EI pediu US$ 200 milhões pelas vidas dos reféns japoneses, mas após
matar Yakawa, exigiu a libertação de Sajida em troca das vidas de Kasasbeh e de Goto, e
uma eventual libertação deles.04/02/2015 Estado Islâmico divulga vídeo que mostra piloto sendo queimado vivo A mulher bomba, ligada à alQaeda, foi condenada e detida na Jordânia por seu
envolvimento nos atentados de Amã em 2005.
Ela e o marido tinham se organizado para
que ambos se explodissem em um hotel — como parte de outros ataques simultâneos —,
mas o cinto de explosivos dela falhou.
Em janeiro, a Jordânia ameaçou agilizar os julgamentos de prisioneiros associados ao
Estado Islâmico, muitos deles com possibilidades de serem condenados à morte, caso o
grupo matasse o piloto.
Uma fonte em Amã afirmou à rede CBC que Sadija havia sido
trandferida para a prisão na qual as execuções legais são aplicadas.
Em Washington, o presidente americano, Barack Obama, comentou a morte de alKasasbeh,
e afirmou que a coalizão terá que "redobrar a vigilância".
— Teremos que redobrar a vigilância para ter certeza de que ele sejam grandemente
derrotados, independente de sua ideologia — afirmou o presidente americano.
— Foi mais
uma demonstração da crueldade e da barbárie deste grupo, interessado apenas em morte e
destruição.
malvinas.news@gmail.com O Globo |
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