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ECONOMIA & NEGOCIO
Se existe um segmento de negócios bem sucedido hoje em Fortaleza é o de entretenimento direcionado para o público de gays, lésbicas e simpatizantes, também conhecido como “Pink Market” ou mercado GLS. Nos últimos anos, a capital cearense vem se destacando regionalmente em vários aspectos nesse nicho de atuação.
Só para se ter uma ideia, Fortaleza é a capital nordestina com maior número de boates abertamente voltadas para o público homossexual: são sete casas funcionando todos os finais de semana - e em muitas delas a clientela faz fila na porta, diga-se de passagem.
Para ter um painel deste segmento, O POVO ouviu os empresários que mais se destacam em quatro áreas de atuação do mercado de entretenimento GLS: boates, saunas, festas offclub e barracas de praia. Em muitas delas, os números impressionam e são justificados pela profissionalização da gestão.
É o caso do Dragon Health Club, complexo que une o conceito de sauna direcionado para o público gay masculino com o de um spa urbano, e que é uma referência nacional.
Inaugurado em 2006, ao custo de um investimento inicial de R$ 400 mil, o Dragon se pagou na metade do tempo previsto pelos sócios. “Nossa expectativa era termos o retorno do investimento num período de três anos e meio a quatro anos, isso se tudo corresse muito bem”, conta o executivo Walter Nebenzahl. “Foi uma surpresa quando o investimento se pagou em dois anos”, completa Carlos Augusto Marino.
Também há sete anos atuando no Pink Market, os sócios da boate Donna Santa, Paulo Gurgel e Ozael Medeiros Junior comemoram o sucesso. A casa tem um custo fixo mensal de R$ 50 mil, sem contar com despesas trabalhistas nem com cachês das atrações. Para abrir sua porta a cada sexta-feira ou sábado, o custo é de R$ 8 mil por noite. “São valores muito altos para a gente abrir as portas se não valesse a pena. Se estamos atuando há sete anos, é porque não só se paga como é lucrativo”, diz Paulo. “Passamos dois anos aprendendo a trabalhar na noite. Agora temos tudo sob controle”.
Apelo regional
O apelo regional que a cena GLS de Fortaleza tem hoje não passa despercebido pelas sócias Monah Monteiro e Paula Roberta, responsáveis pela maiores festas offclub (fora de boates) direcionadas a este público.
A dupla tem parceria com várias boates GLS de outros estados e faz o lançamento de suas festas em Salvador (BA), Recife (PE) e João Pessoa (PB), além de Mossoró (RN), Caruaru (PE) e Juazeiro do Norte (CE).
“É bacana dar esta movimentada no mercado, atrair gente de fora e ainda divulgar a marca Meet (boate da qual são sócias”, avalia Monah.
Sócias da Cabumba, uma das poucas barracas de praia a explorar abertamente este nicho de mercado, as irmãs Samya e Mônica Nepomuceno, estão satisfeitas com o retorno.
“Há 23 anos acreditamos que vale a pena trabalhar com o mercado GLS. É um público que pode investir no lazer. A grande maioria não tem filhos, não gasta dinheiro com colégio, etc. Então, sobra sobre dinheiro para outras coisas”, relata Samya. “Eles são exigentes com a qualidade. Isso é bom, porque bota a gente para frente e tentamos sempre melhorar, para corresponder a expectativa”.
Muito além da vaporização
Os sócios Carlos Augusto Marino e Walter Nebenzahl usam a experiência adquirida em décadas de carreira como executivos de multinacionais em São Paulo para comandar o Dragon Health Club, que é considerado um dos mais sofisticados do gênero no Brasil.
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