Brasil está em 14º lugar em Índice de Percepção de Suborno

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O Brasil está na 14ª posição no Índice de Percepção de Suborno (BPI, na sigla em inglês), ranking que abrange as 28 principais economias exportadoras do mundo e que avalia a atuação das companhias de cada país no exterior.

A lista foi divulgada nesta quarta-feira pela ONG Transparência Internacional (TI). As empresas mais corruptas quando trabalham no exterior foram as da Rússia, China e México.

O estudo foi baseado em entrevistas com três mil empresários. A lista avalia o quanto as empresas de cada país utilizam a prática do suborno em suas negociações no exterior.

De acordo com o ranking, a nota dez significa que nunca se recorre a práticas ilícitas, e a zero, que isso é feito sempre.

A Rússia ficou com 6,1; a China, 6,5; e o México, 7,0. O Brasil teve nota 7,7. A Argentina ficou na 23ª posição, com 7,3. Na última edição do estudo, em 2008, o Brasil obteve o índice 7,4. Uma acentuada melhora na nota registrada em 2006, que foi 5,65.

O coordenador de programas do departamento de Américas da TI, Maximilian Heywood, avalia que tanto Brasil e Argentina estão estagnados no ranking, apesar dos esforços realizados por essas nações para combater práticas ilegais. Heywood encorajou os dois países a continuar insistindo na implementação de medidas anticorrupção.

Na liderança do índice, está a Holanda (8,8), seguida de Suíça (8,8), Bélgica (8,7), Alemanha (8,6) e Japão (8,6). A média das nações analisadas é de 7,8 pontos.

"O suborno continua sendo uma prática empresarial rotineira para muitas empresas e que se pratica em todos seus negócios" avaliou em comunicado a presidente da TI, Huguette Labelle, que acrescentou que Rússia e China lideram o ranking devido a sua crescente presença global nos negócios.

Além de classificar as nações, o relatório lista os setores produtivos nos quais as empresas mais utilizam o suborno. Em primeiro lugar estão obras públicas (5,3), seguido por infraestrutura para serviços públicos (6,1) e setor imobiliário (6,1).

Com o resultado do estudo, a Transparência Internacional pediu que os líderes do G20, que se reúnem nesta quinta-feira em Cannes, na França, combatam e penalizem a corrupção. Huguette disse que novas leis devem ser aprovadas para "favorecer uma economia global mais justa".

Rússia, China e México, os três países que lideram este índice, pertencem ao grupo que engloba as principais nações industrializadas e economias emergentes. Todas as nações do G20 estão incluídas na lista.

Fonte: EFE