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O ciclo de dominação do PT se esgotou e, para permanecer no poder, o governo vai investir com força no eleitorado necessitado da assistência estatal, ao passo que a oposição deverá insistir em que o jeito petista de governar “perdeu energia”: assim avalia o cientista político Valmir Lopes, da Universidade Federal do Ceará (UFC). “Eles envelheceram rapidamente, tanto que a eleição da Dilma já não foi tão fácil assim”, diz Valmir, para quem o estado atual da economia desfavorece a política que mais rendeu frutos ao petismo.
“Eu diria que a marca deles foi a agenda da inclusão social, mas aparentemente esse aspecto positivo se esgota, porque foi possível em função de um aspecto muito favorável da economia, que agora desapareceu. O modelo era sustentando através de crédito fácil, de estímulo ao consumo, mas isso só era possível no tempo da bonança. O ponto mais negativo para o governo é esse”.
Com isso em vista, Valmir Lopes acredita que o discurso da oposição “será o de reconhecer os ganhos dos governos petistas e dizer agora que eles não têm mais energia, que estão presos a um projeto unicamente de poder, e que manter esse grupo no poder seria atrasar a resolução dos nossos problemas”. A seu favor, observa Valmir, o governo tem programas de forte apelo popular, como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e, agora, o Mais Médicos.
“Parte do projeto deles de distribuição de renda e reativação da economia tem a ver com o Minha Casa, Minha Vida, que ativa a cadeia da construção civil e tem muito apelo popular”.
Marina complica
Um outro dado a ser encarado pelo petismo, segundo entende Valmir, é a presença de Marina Silva no jogo presidencial, agora filiada ao PSB de Eduardo Campos.
Eduardo e Marina foram ministros do presidente Lula (ele de Ciência e Tecnologia, ela de Meio Ambiente). O fato de estarem mais próximos ideologicamente aos petistas do que os tucanos dificulta a “estigmatização” da dupla pelo petismo, opina o cientista político.
“Marina é a figura importante nessa eleição, e a cartada que ela deu, aliando-se ao Eduardo Campos, complica para o governo, porque o governo não pode estigmatizar esse campo como fez com os tucanos”.
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