Sexo casual

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Na maturidade, o sexo sem compromisso está ganhando cada vez mais adeptos
Sexo casual já virou negócio. Segundo uma pesquisa divulgada por um site especializado no assunto que já conta com mais de 60 mil usuários no Brasil, a tendência européia mostra que as mulheres são as que mais buscam encontros ocasionais. Para muitas, a ideia parece absurda. Para outras, pode até ser um estilo de vida, afinal, nem todas estão dispostas a assumir um relacionamento – o que não quer dizer que dispensem ter uma vida sexual ativa e prazerosa. O sexo casual surge como uma opção extremamente viável e excitante para aqueles que buscam prazer sem compromisso após os 50 e, quem sabe, algo mais. E sem arrependimento.

Não é fácil discutir sexo casual na nossa sociedade, especialmente no que diz respeito à maturidade. Para a educadora sexual e diretora do Instituto Kaplan, Maria Helena Vilela, "temos uma cultura, principalmente para as mulheres, onde o sexo nunca deveria ser casual, mas sempre ligado a um relacionamento afetivo. Sexo é uma coisa, afetividade é outra. Pode acontecer de a vontade de transar pintar mesmo sem ela estar apaixonada. Hoje o sexo casual é mais aceito, mas, somando-se ao preconceito do gênero, ainda tem o da idade, pois a sociedade ainda vê a pessoa com mais de 50 como alguém que não tem desejos sexuais".

Contrariando o que se pode acreditar por aí, o sexo casual é ainda mais comum entre as pessoas maduras. "Muitas mulheres fazem sexo casual sem qualquer peso na consciência. Depois dos 50, ela já sabe o que quer e o que não quer, não sonha mais tanto quanto as mais jovens. A mulher com mais de 50 já passou pelas 'etapas' do relacionamento: casou, teve filho, viveu a dois. Ela tem mais facilidade de desvincular o sexo da afetividade, não precisa conviver com a preocupação das mais jovens em saber se ele vai ligar ou não no dia seguinte. A relação pode ser puramente prazerosa", pondera Maria Helena.

Não é somente a segurança de não mais fazer questão de um parceiro regular que faz o sexo casual ser tão interessante para as pessoas maduras. De acordo com a educadora sexual, "o desempenho sexual pode deixar muitas mulheres e homens na dúvida quanto à prática do sexo casual, pois já não têm mais o mesmo vigor da juventude para fazer duas, três ou quatro vezes em uma noite. Assim, ao invés de se preocupar em investir em quantidade, eles podem passar a investir em qualidade. Apesar de não ter mais o atrativo físico do corpo jovem, a pessoa madura já tem mais desprendimento quando o assunto é sexo, pode agir de acordo com os próprios desejos, com o que sabe que gosta".

No entanto, especialmente nas mulheres, o coração pode falar mais alto e essa mulher pode se preparar para uma possível decepção. "Ela tem que saber o que quer. Não pode plantar uva esperando colher maçã. O sexo casual pode, sim, virar sexo com compromisso, mas a expectativa inicial não deve ser essa, pois ela vai acabar se frustrando. A mulher, principalmente, tem que se perguntar se tem estrutura para viver isso, um sexo que é puramente sexo e provavelmente não vai ter qualquer futuro. Se tiver dúvida, melhor esperar um pouco. O mais importante é saber respeitar os seus valores, ninguém é obrigado a fazer nada. Se, após analisar os prós e contras de transar com aquela pessoa, a conclusão for de que aquele ato vai lhe fazer feliz, por que não?", pergunta a educadora.

Se o sexo casual for a opção da noite, a questão da segurança deve ser sempre observada. "Lembre-se que nunca se pode confiar totalmente em uma pessoa desconhecida. Quanto mais referências tiver, melhor. Nunca saia do local público sem ninguém mais saber onde você foi. É até bom para o companheiro da noite saber que você não está sozinha no mundo. Sair com alguém desconhecido invariavelmente nos põe em situação de vulnerabilidade, por isso é importante tomar esses cuidados. O uso da camisinha é ainda mais importante para mulheres que já passaram dos 50. Com a menopausa, a parede interna da vagina fica mais fina, mais fácil de machucar, e vira uma porta aberta para doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, use camisinha sempre!", alerta Maria Helena.


Fonte: maisde50