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Somos Todos Cúmplices!

O brasileiro clama por muito tempo pela qualidade no ensino. Mas como conseguir esta qualidade se os professores que são as pessoas responsáveis por ela estão altamente desmotivados?

Esta desmotivação se dá por diversas causas, mas dentre elas se destaca a desmotivação de ordem financeira. Estamos a assistir exatamente neste momento estado e município (Ceará e Barbalha) passam por situações quase que idênticas. Governantes jogando fora direito adquiridos pelos professores e contrariando uma Lei Federal (Lei 11.738/08) que estabelece o piso salarial do magistério. Deveríamos saber que esta é uma base indispensável que vos falta e o que os diversos governos vêm fazendo para suprir a lacuna é muito pouco.

Muitas vezes, o “tapinha nas costas” do colega de trabalho ajuda a levar adiante a sua saga e essa massagem no ego, que o compara a um sacerdote, contribui para a manutenção de conjunturas profissionalmente adversas, para não dizer perversas. Falar, pois, sobre o caminho a percorrer para que o professor seja profissionalmente valorizado como deve é correr o risco de dissertar sobre o óbvio.

Os políticos deveriam reconhecer a inevitabilidade das mudanças, para poder fornecer aos docentes as condições indispensáveis, de ordem estrutural e material, para que possam responder de modo eficiente e eficaz aos reclamos sociais e contribuir para as transformações com que sonhou Paulo Freire.

O professor sempre foi visto como o detentor do conhecimento, aquele a quem cumpria iluminar as mentes através da transmissão de informações, ensinamentos, saberes enfim. Vem tendo sempre, por isso, ao longo dos tempos, o reconhecimento e a admiração das sociedades em função da nobreza de sua missão, embora esse sentimento quase nunca se materialize na retribuição de condições dignas de trabalho e de salário.

Mas (é cansativo repetir) falta aos nossos diversos governos a disposição para adotar medidas que só darão resultado a longo prazo, sem efeitos eleitorais imediatos. A sociedade ao invés de cobrar pelos serviços que lhes devem ser gratuitos por direito estabelecidos em constituição, como é o caso da educação, simplesmente fica estagnada como se esta paralisação também não fosse um problema dela. Pelo caos na educação em Barbalha e no Ceará, somos todos cúmplices.


Escreveu: Ribaskid